O presidente da AES Tietê, Britaldo Soares, sinalizou nesta sexta-feira, 11 de dezembro, que a companhia estava inclinada a não aceitar a proposta de repactuação do risco hidrológico antes da reunião realizada pela a Aneel. A empresa, porém, apostava que o regulador melhorasse a proposta, o que não ocorreu.
A AES Tietê estima ter um prejuízo de R$ 650 milhões com o GSF em 2015. Na condição inicial, caso aceitasse a proposta do governo, a companhia estimava recuperar apenas R$ 330 milhões. “Só o benefício de 2015 não justificaria a adesão, no caso da AES Tietê, temos que olhar de 2015 a 2029”, disse Soares. “Hoje, olhando a proposta como estava antes da reunião, não necessariamente justificaria a adesão da AES Tietê”, afirmou.
Nesta sexta-feira, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou a resolução que regulamenta a Lei 13.203, sancionada pela presidente Dilma Rousseff na última quarta-feira, 9 de dezembro. Não houve mudanças significativas nas condições estabelecidas para o mercado regulado.
Já no mercado livre, onde a repactuação se dará pela transferência de hedge (proteção), o gerador que aceitar a proposta terá que contratar entre 5% e 11% de sua garantia física em energia de reserva. Antes, essa faixa variava entre 1% e 11%. Além disso, a proposta original previa que para o ano de 2015 seria permitido a aplicação 11% numa tentativa de incentivar a adesão dos geradores com energia no mercado livre. A opção pelas demais faixas deveria ser feita a partir de 2016. O diretor da Aneel Reive Barros argumentou, no entanto, que isso implicaria perdas da ordem de R$ 1,6 bilhão para o consumidor e propôs a aplicação do mesmo tratamento dado ao ACR, onde é permitida a escolha entre os diferentes percentuais de adesão já para o risco deste ano.
Como a AES Tietê finalizou seu contrato com a AES Eletropaulo, a companhia só está com energia no mercado livre a partir de 2016. O executivo conversou com a Agência CanalEnergia após reunião com investidores, em São Paulo.