O bairro da Liberdade, considerado um dos mais negros de Salvador (BA), foi o escolhido como o local para a implantação do Projeto “Akon Iluminando a América Latina/Bahia”, que tem como objetivo promover o acesso à eletricidade por meio do uso de energia solar, tendo como foco o atendimento à população carente. A decisão foi acertada na última quarta-feira, 9 de dezembro, em reunião que contou com as presenças do governador Rui Costa e do rapper americano, Akon, idealizador do projeto, que está associado ao Akon Lighting África, que existe desde 2014, e opera atualmente em 14 países africanos, levando eletricidade para mais de um milhão de pessoas.

Para o rapper, o Brasil é um país muito especial, e a Bahia tem uma raiz com uma conexão muito forte com a África, o que motivou a escolha. A intenção do "Iluminando a Bahia" é estar em todos os cantos do país. O objetivo é ajudar as comunidades carentes. Segundo ele, a prosperidade não existe sem energia. Já para o governador Rui Costa, a implantação do projeto na Liberdade é o primeiro passo para proporcionar o desenvolvimento em outras localidades baianas. Áreas quilombolas e assentamentos agrários também devem ser contemplados. De acordo com ele, será possível aprender muito sobre o modelo de desenvolvimento de energia solar africano. Já havia uma conversa com Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária sobre um projeto piloto de energia solar e eólica na região de Sobradinho. O projeto pretende ser um arranjo social e econômico que também será levado para as regiões que não têm energia no estado.

A iniciativa, que pretende atingir toda a América Latina, prevê a instalação de mais de 250 mil postes de iluminação pública, dez mil microgeradores, 500 mil kits domésticos; conectar mais de um milhão de domicílios; gerar centenas de empregos diretos, criando uma rede de jovens capacitados como técnicos de sistemas de energia solar; e induzir a criação de milhares de empregos indiretos. O empreendimento será colocado em prática por meio de um modelo de parcerias público-privadas envolvendo os governos locais e os grupos multinacionais Solektra, Sumec, Give 1 Project, AkonCorp, China Jiangsu, Huawei e NariGroup.