O faturamento da indústria de equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica deverá atingir R$ 16 bilhões em 2015, um crescimento nominal de 2% em relação aos R$ 15,7 bilhões registrados em 2014, porém uma queda real (descontada a inflação) de 4%. As informações foram apresentadas nesta quinta-feira, 10 de dezembro, em São Paulo, pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica.
Segundo a Abinee, o setor tem contenção de investimentos nas concessionárias de energia elétrica, principalmente dos segmentos de transmissão e distribuição. No caso da transmissão, a contenção foi causada pelas condições pouco atrativas dos leilões ocorridos nos últimos dois anos, o que resultou em um volume de negócios menor no período.
Em distribuição, as concessionárias continuaram com pouca capacidade de investimentos devido à difícil situação financeira das empresas. Apesar dos reajustes tarifários, explicou a Abinee, uma parcela expressiva dos recursos das distribuidoras atendeu ao pagamento dos custos decorrentes da energia emergencial, o que implicou na transferência desses valores para o segmento de geração. "Com isso, as distribuidoras permanecem com dificuldade para realizar novos investimentos", esclareceu a associação. No caso da geração, os investimentos estão nos cronogramas previstos. Observa-se, contudo, a importação de partes e peças, em especial de aerogeradores e sistemas fotovoltaicos.
Em GTD, as exportações de produtos elétricos e eletrônicos deverão somar US$ 550 milhões em 2015, valor 30% menor que os US$ 790 milhões registrados no ano anterior. Já as importações registrarão queda de 26%, saindo de US$ 1,373 bilhão em 2014 para US$ 1,016 bilhão em 2015.
Somando todos os segmentos, o faturamento da indústria eletroeletrônica deverá atingir R$ 148,3 bilhões em 2015, uma queda real de 10% em relação ao ano passado (R$ 153,8 bilhões). Em termos nominais, o resultado representa uma retração de 4%. A produção do setor deverá recuar 20% em 2015 na comparação com ano passado. Por sua vez, os investimentos retraíram 10%, passando de R$ 3,8 bilhões, em 2014, para R$ 3,5 bilhões em 2015.
Os números de empregados do setor eletroeletrônico, que era de 293,6 mil no final de 2014, deverá fechar 2015 em 256 mil trabalhadores, uma redução de aproximadamente 38 mil postos de trabalhado. "Com este resultado, o nível de emprego do setor volta ao patamar de setembro de 2009, quando estavam empregados 255 mil trabalhadores diretos", disse o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.
Perspectivas para 2016 – Para o próximo ano, as empresas do setor eletroeletrônico projetam queda real de 6% no faturamento em relação a 2015. Esta projeção é compatível com a nova estimativa do PIB prevista para 2016, de -2,5%. Por sua vez, as exportações devem aumentar a participação nos negócios do setor, com crescimento da ordem de 2%, enquanto as importações deverão ressentir-se do pouco dinamismo do mercado interno com queda de 3%.
Diante desse quadro, o emprego do setor deverá cair 2%, totalizando 253 mil trabalhadores no final de 2016. Os investimentos da indústria eletroeletrônica devem ficar estáveis no próximo ano, em aproximadamente R$ 3,5 bilhões, o que equivale a 2,3% do faturamento das empresas. Para 2016, a expectativa é que o faturamento de GTD apresente uma queda nominal de 1%.