A Chesf informou que, desde o dia 2 de dezembro, a vazão afluente ao reservatório de Sobradinho, na Bahia, passou a ser maior que a vazão de saída (defluente). Por autorização da Agência Nacional de Águas e do Ibama, a Chesf está praticando vazão de 900m³/s a partir de Sobradinho.

“Estamos recebendo 980m³/s e sabemos que houve chuvas na região do São Francisco acima de Sobradinho, o que mudou o cenário de chegar a 0% do volume útil do reservatório nesse início de dezembro”, disse o presidente da Chesf, José Carlos de Miranda Farias. O período úmido na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vai de novembro a maio e, pelo histórico, sempre há chuvas nesses meses. A expectativa da Chesf é conseguir manter o reservatório de Sobradinho acima do 1% de volume útil e garantir o uso múltiplo da água, principalmente abastecimento e irrigação.

“A geração de energia elétrica não é a maior prioridade na Bacia do Rio São Francisco neste momento, já que temos o Sistema Interligado Nacional, o que nos permite fazer o intercâmbio de energia entre regiões, além da forte participação da energia eólica na matriz energética nordestina e, também, a produção das termelétricas”, destacou Miranda Farias.

Atualmente, a usina de Sobradinho está produzindo 180 MW médios e pode parar de gerar se o volume útil do reservatório chegar a 0%. Nesse caso, ainda haverá seis bilhões de metros cúbicos de água armazenados. A Chesf tem autorização para praticar os 900m³/s até o dia 20 de dezembro. No próximo dia 15, haverá reunião da ANA, com a participação de representantes dos usuários da Bacia Hidrográfica do São Francisco, em Brasília, para decidir sobre a possível redução da vazão para 800m³/s. Esta é a maior seca registrada na Bacia Hidrográfica do São Francisco em 84 anos.