Em greve há oito dias, os trabalhadores da Cemig realizaram ato em frente à sede da empresa, Belo Horizonte (MG), nesta quarta-feira, 2 de dezembro. Os eletricitários estão em campanha salarial e pleiteiam aumento real de 6% pela produtividade de 2014 e 4,87% pela produtividade de 2015. Eles também pedem a contratação imediata de 1.500 eletricistas aprovados em concurso e a assinatura de um acordo de "primarização" das atividades-fim, reduzindo a terceirização.
De acordo com o Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais, a empresa usa a crise econômica como desculpa para o arrocho salarial. A Cemig apresentou contraproposta de reposição das perdas em 10,3%. Segundo o Sindieletro-MG, ela quer reduzir em 60% a Participação nos Lucros e Resultados e diminuir em até 80% o capital do Seguro de Vida Coletivo dos eletricitários, não tem proposta para o Plano de Cargos e Remuneração e ainda condicionou o acordo à retirada de ações trabalhistas. A proposta feita pela empresa de participação nos lucros e resultados é considerada dois terços menor que a apresentada no ano passado, o que trouxe insatisfação.
Segundo Marcelo Correia, diretor de comunicação do Sindieletro-MG, o impasse é grande e as negociações não tem avançado. Outro aspecto que o sindicalista ressalta é o não cumprimento de promessa de campanha do então candidato e hoje governador Fernando Pimentel de reduzir a terceirização na empresa. "A frustração é grande, a greve está se fortalecendo a cada dia", explica Correia. Ainda de acordo com ele, não há uma nova proposta da concessionária mineira e a greve já conta com adesão crescente do número de funcionários.
A Cemig, por meio de nota distribuída à imprensa após reunião com os sindicalistas realizada hoje, informou que a greve foi deflagrada em meio às negociações do Acordo Coletivo do Trabalho 2015/2016. A proposta da empresa promete assegurar aos funcionários o poder de compra e a garantia de emprego. A empresa alega que as negociações estão transcorrendo e ela tem pedido aos sindicatos a apresentação das contrapropostas para os pontos em negociação. A nota diz ainda que a empresa quer o acordo o mais rápido possível, para voltar à normalidade nas atividades.