A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou na última segunda-feira, 30 de novembro, os ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor Prazo em ‘AA-(bra)’ da Eletrobras e da sua subsidiária Furnas Centrais Elétricas. A perspectiva dos ratings é estável. De acordo com a agência, os IDRs da Eletrobras continuam refletindo o vínculo da empresa com o rating soberano do Brasil de ‘BBB-‘. O governo tem a maioria das ações da empresa e garante 15% da sua dívida.
A Eletrobras é considerada estratégica para o país, devido aos seus ativos de geração, transmissão e distribuição. Ainda de acordo com a Fitch, em uma base isolada, os IDRs da Eletrobras seriam menores, já que ela tem uma fraca geração de caixa operacional e um perfil de crédito consolidado fortemente impacatado pela renovação antecipada das suas concessões de geração e transmissão. Por outro lado, o grupo fez uma boa redução de custos operacionais e a indenização adicional pela renovação que deve ficar entre R$ 17 bilhões e R$ 25 bilhões contam a favor da empresa.
Já os ratings de Furnas estão vinculados aos da controladora. Ela é uma das maiores subsidiárias da Eletrobras e representa aproximadamente 24% da capacidade instalada de geração do grupo e 32% da cobertura de transmissão, em quilômetros. A Eletrobras tem uma política centralizada de gestão de caixa e é a principal provedora de recursos a Furnas. Projeções da Fitch, indicam que a geração média de Ebitda da Eletrobras será de R$ 2,8 bilhões ao ano no próximo triênio. A geração de caixa deverá se beneficiar do aumento das tarifas para incorporar os investimentos nas concessões renovadas, das compensações adicionais pelas concessões de transmissão renovadas, de ganhos de eficiência e do desinvestimento do setor de distribuição.
A Fitch acredita que a venda Celg e das demais distribuidoras do grupo é positiva para a geração de fluxo de caixa da companhia. A Celg-D deve ser privatizada no primeiro semestre de 2016 e as demais seis distribuidoras, até 2018. A venda da fatia de controle na Celg-D deve sair por ao menos R$ 1,4 bilhão. Apesar de a privatização das outras subsidiárias não trazer caixa significativo, evitará desembolsos de cerca de R$ 2 bilhões em investimentos de capital e despesas operacionais.
Uma ação negativa de rating poderá vir em caso de rebaixamento do rating soberano do país, de um recuo no suporte do governo federal, da incapacidade da Eletrobras de vender as suas distribuidoras ou ainda da deterioração da da posição de liquidez dela. Já uma elevação do rating pode vir por meio de uma recuperação sustentada da geração de fluxo peracional do grupo e de um suporte contínuo no grupo pelo governo federal.