A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica revelou nesta segunda-feira, 30 de novembro, que a estimativa para o GSF ao final de 2015 é de 84,5%. De acordo com a entidade, o fator de ajuste do MRE no mês deverá ficar em 94%. Esse índice representa uma redução do déficit hídrico em 1,2 ponto porcentual ante novembro, isso, em decorrência do natural aumento da demanda por energia que ocorre no mês pela perspectiva de aumento das temperaturas e maior geração hídrica que é chamada para atender a carga.
Apesar dessa elevação no ano, a projeção da CCEE é de que a demanda fique em um patamar 4% menor do que o previsto inicialmente para 2015. “Esse comportamento é consequência do aumento do PLD que afeta comportamento no ACL e o aumento tarifário que tivemos no ano, além disso, contribui para essa performance a situação macroeconômica do Brasil”, apontou o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi na apresentação do evento mensal InfoPLD.
A projeção de ESS continua na casa de R$ 608 milhões para o mês de novembro. Desse valor, R$ 129 milhões são originados por restrições operativas e a maior parte, R$ 479 milhões, por segurança energética. Já os custos estimados pelo descolamento entre CMO e PLD estão em R$ 50 milhões. Já para dezembro esses montantes avançam para um total de ESS de R$ 942 milhões, sendo que R$ 888 milhões referem-se à segurança energética. No caso do descolamento entre CMO e PLD esse valor aumenta para R$ 1,28 bilhão. Para o ano, a estimativa é de que o encargo some R$ 5,857 bilhões, um valor abaixo da metade do montante de R$ 12 bilhões projetados quando ainda havia as térmicas de CVU acima de R$ 600/MWh em operação.
O horizonte de reversão do déficit hídrico para a geração de energia secundária continua com o mês de maio de 2016. Segundo os cálculos da CCEE, utilizando o mesmo perfil de sazonalização de garantia física ocorrido este ano para o período que vem associado às estimativas de geração obtidas pelo método de redes neurais artificiais e similaridade histórica, a partir do quinto mês de 2016 até dezembro, o país deverá ter essa energia adicional gerada. Os dados apresentados pela câmara apontam que em janeiro próximo o fator de ajuste deverá ficar em cerca de 80% e daí subir para encerrar o ano com um índice de 97% ao final do próximo ano. Se essas previsões se confirmarem o ESS de 2016 ficará em R$ 3,907 bilhões.
Pelo segundo mês, a CCEE apresentou uma projeção levando em conta os dados de pior série histórica no SIN, ainda no biênio 1952/1953 acrescido do despacho por segurança energética. Caso esse cenário se repita, o país ainda teria que conviver com o déficit hídrico. Nesse caso, não seria registrada a geração de energia secundária e o GSF ficaria ainda pior do que a projeção deste ano com 83%. Assim como na tendência de geração, a projeção de ESS e custos devidos ao descolamento entre CMO e PLD seguem o mesmo caminho. Nesse caso mais extremo, esse valor saltaria para R$ 7,413 bilhões no ano que vem.

Já as projeções de PLD apontam que a média de 2015 no Sudeste/Centro-Oeste deverá se encerrar em R$ 293/MWh e o valor considerando a pior série histórica analisada chegaria a R$ 294/MWh. Já a média para 2016 aponta para um preço de R$ 37/MWh sendo que no cenário de pior série histórica esse nível seria de R$ 356/MWh, adotando-se a premissa de que o preço de liquidação das diferenças máximo seria o vigente, apenas atualizado e o mínimo mantido em R$ 30,26/MWh. No Nordeste, onde a situação é mais crítica, os cenários apontam valores mais elevados com média 2015 de R$ 300/MWh e 2016 de R$ 109/MWh, quando se analisa o pior cenário da série as médias são de R$ 301/MWh e R$ 356/MWh. Nas outras regiões o comportamento está semelhante ao SE/CO à exceção do cenário médio deste ano no Norte com R$ 252/MWh.