A Empresa de Planejamento Energético está preocupada com o atendimento da ponta de carga a partir de 2021. Por isso, está estudando a viabilidade de se realizar um leilão específico para a ponta em 2017. Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, disse à Agência CanalEnergia, que a energia que virá de Belo Monte (PA, 11.233 MW) será capaz de suprir essa necessidade no verão, quando a carga é maior. Mas durante o inverno, a hidrelétrica tem sua geração bastante diminuída, e aí pode-se ter algum tipo de problema.
"A gente vai ter grandes blocos de energia chegando justamente no período úmido e não vai ter problema de atender a ponta. E no inverno, apesar de cair a ponta, Belo Monte, que estaria produzindo 11 mil MW vai passar a produzir 1 mil MW, por exemplo, e aí pode precisar ter usinas para atender a ponta nesse momento", comentou o executivo.
Segundo ele, existem três possibilidades para atendimento da ponta. A primeira seriam térmicas específicas para esse atendimento. "O problema seria o custo do gás, o custo de manter a infraestrutura dessas térmicas para funcionar nesse período", avaliou Tolmasquim. Uma outra solução seria colocar máquinas adicionais em hidrelétricas que tem esse espaço e a terceira opção, comenta, é fazer usina reversível.
Na usina reversível, durante a noite, quando o consumo é menor, a água é bombeada de um reservatório situado em terreno baixo para um reservatório em terreno alto e em horários de maior demanda, a água desce para o reservatório inferior gerando eletricidade. "A gente está tentando identificar usinas reversíveis para já tentar fazer um estudo de viabilidade", contou Tolmasquim, lembrando que na Europa já existem várias usinas deste tipo.