O presidente da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros, está otimista com a energia que virá para o mercado livre das hidrelétricas que foram relicitadas nesta semana. Para ele, essa energia dará novo dinamismos ao mercado livre. "Até cerca de 12 meses atrás, o grande dilema do mercado livre era a escassez de energia, faltava energia para o mercado livre. Com esse leilão, você vai ter um mercado livre com preços favoráveis", disse o executivo, que participou nesta quinta-feira, 26 de novembro, da cerimônia de abertura do sétimo Encontro Anual do Mercado Livre, promovido pelo Grupo CanalEnergia e na Bahia, no Tivoli Ecoresort Praia do Forte.

O leilão relicitou 29 usinas, que totalizam 6 GW de capacidade instalada. Pela regra, 30% dessa energia poderá ser comercializada livremente no mercado livre a partir de 2017. Medeiros disse que o ambiente livre representa cerca de 25% do mercado de energia brasileiro, mas que tem potencial para chegar a 48%. Na visão da associação, há espaço para migração tanto de novos consumidores especiais quanto convencionais. "Hoje nas comercializadoras da Abraceel têm cerca de 700 consumidores migrando nesse momento para o mercado livre", afirmou, destacando que a simplificação da regra de medição, em vias de ser aprovada pela Aneel, permitirá a migração de novos consumidores numa velocidade ainda maior do que vem acontecendo atualmente.

Nos próximos dois dias, comercializadores e associações estarão reunidos na Bahia para discutir os principais desafios e as possíveis soluções para retomada da expansão do mercado livre. "O Encontro Anual do Mercado Livre é uma grande reunião de parceiros, amigos e colegas", disse Rodrigo Ferreira, presidente do Grupo CanalEnergia, durante cerimônia de abertura. "Acho que a expansão do mercado livre é uma realidade", completou, destacando que o propósito do encontro é principalmente olhar para o futuro do setor.

Oderval Duarte, sócio e Head de Energia do BTG Pactual, defendeu que apenas uma discussão profunda dos desafios e o diálogo aberto entre todos os agentes produzirão os resultados necessários para recolocar o setor elétrico no caminho do crescimento. "É importante reconhecermos que o setor realmente está doente. Só esse reconhecimento nos dará força, foco e motivação para que a gente tome as duras, porém necessárias medidas que vão recolocar o nosso setor no caminho de crescimento e excelência", disse.

Também participaram da cerimônia Marcelo Moraes, diretor da Abiape; Guilherme Velho, presidente da Apine; Paulo Pedrosa, presidente da Abrace; Virginia Parente, conselheira da Anace; e Sandro Yamamoto, diretor da Abeeólica.