O diretor de Desenvolvimento de Negócios e Relações com Investidores da Light, João Batista Zolini, informou que a diretoria da empresa ainda não decidiu se vai aceitar o acordo de repactuação do risco hidrológico proposto pelo governo. Na última terça-feira, 24 de novembro, o Senado aprovou a Medida Provisória nº 688 que permite que os geradores hidrelétricos repactuem parte os prejuízos financeiros de 2015 causados pela baixa produção das usinas, afetadas pela falta de chuvas. No caso da Light, que tem 550 MW médios de garantia física, o prejuízo com o GSF está estimado em R$ 60 milhões neste ano.

Os agentes têm até o começo de dezembro para se posicionarem. Quem aceitar ficará protegido contra futuras secas e também receberá uma extensão do contrato de concessão para compensar os prejuízos de 2015. Como contrapartida, terá que pagar um prêmio ao longo dos próximos anos e ainda desistir da disputa judicial que atualmente trava o mercado de energia. “Não temos a decisão ainda. O cálculo é muito complexo porque você tem que comparar entrar ou não no mecanismo. Entrar no mecanismo envolve pagar um prêmio e esse prêmio vai te proteger de eventuais déficits [de geração]… Mas se eu fizer uma projeção que não haverá déficit, prefiro não fazer nada. Isso que é difícil”, disse o executivo em entrevista em São Paulo, nesta quarta-feira, 25 de novembro. 

Para Zolini, o pior já passou e a expectativa é que o setor voltará ao normal nos próximos anos. “O que a gente tem falado é que o pior já passou. A gente sofreu muito em 2013, 2014 e 2015. Foram algumas alterações na regulação do setor que junto com a seca provocaram uma baixa muito grande nas distribuidoras e também nas geradoras com o GSF. Nossas projeções para o GSF e para o preço spot são de melhorias. O GSF que já foi 80%, para o ano que vem vai estar acima de 92% com certeza e tem gente que fala em 99% num cenário mais otimista, ou seja, voltando para normalidade. Com relação ao PLD, para os próximos anos deve cair para R$ 116/MWh, R$ 70/MWh.”