O maior problema apontado pelo setor para o leilão das 29 usinas relicitadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica nesta quarta-feira, 25 de novembro, a questão do financiamento do bônus de outorga, ainda continua a ser negociado pelas empresas brasileiras. Apesar do Banco do Brasil entrar no processo liderando um pool de bancos, as companhias que vão buscar os recursos no mercado afirmaram que não fecharam os acordos sobre essa questão.

Das geradoras que detinham as concessões, somente a Cesp não participou e levou as UHEs que operava antes do final do contrato. Nos demais casos a Celg-GT , Cemig-GT e Celesc mantiveram as usinas que foram colocadas em disputa. A Copel-GT conseguiu manter a maior das usinas que operava, a Governador Parigot de Souza e não participou do sublote que agrupou outras duas de menor porte, que ficou com a Enel Green Power.

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Cemig, César Fernandes, afirmou que o valor para o pagamento do bônus por parte da companhia está assegurado. O valor que a companhia terá que pagar soma R$ 2,3 bilhões pelo lote D inteiro.

No caso da Copel-GT o presidente da empresa, Sérgio Lamy, afirmou que ainda não foi fechado o acordo de financiamento. Contudo, comentou sem dar detalhes que há propostas firmes sobre a mesa de negociações para o financiamento dos R$ 574,826 milhões exigidos pelo governo para a concessão do ativo. Lamy disse que as propostas podem levar ao financiamento de até 100% do valor a ser pago.

“Uma das propostas é do pool de bancos. Estamos analisando e vamos escolher a melhor. Embora não esteja fechado não temos preocupação, as  propostas envolvem até 100% de funding para a outorga”, comentou Lamy.

A Celesc comentou por sua vez que ainda estuda a forma de financiamento dos valores para o pagamento do bônus de outorga no lote C que soma R$ 228,559 milhões. As alternativas passam pelo pool de bancos, propostas de outras instituições financeiras a até mesmo o uso de parte do caixa da companhia.

Na Celg-GT, comentou o diretor técnico e comercial, Augusto Francisco da Silva, a coisa é mais simples que os seus pares. Ele disse que o mais provável é que a geradora use seu caixa para o pagamento dos R$ 15,820 milhões de bônus. Mas não descartou a busca por funding em instituições financeiras, apesar da resolução do Banco Central 2827 que restringe o crédito a estatais.

O diretor da Aneel, José Jurhosa Júnior, disse que acredita no cumprimento dos prazos pelas geradoras apesar dessa indefinição. O processo ainda passa pela entrega da documentação e pela homologação do resultado do leilão. Contudo, não acredita que ocorrerão atrasos no pagamento da primeira parcela. Segundo ele, há ainda perspectiva de se antecipar essa homologação de acordo com a apresentação dos documentos por empresas que sejam mais ágeis que outras nesse sentido. 

O vice presidente de Gestão e Novos Negócios da CTG, João Meirelles, deixou a coletiva a jornalistas antes de seu final e não pode ser questionado sobre o pagamento do bônus de outorga que é o mais elevado do certame, ao somar R$ 13,8 bilhões pelas duas usinas arrematadas.