A Chesf vai interromper a geração de energia da hidrelétrica de Sobradinho (BA – 1.050 MW) entre o fim de novembro e o início de dezembro. O reservatório da usina atualmente registra volume de apenas 1,7%. Outras usinas, como Paulo Afonso 1, 2, 3, 4, Moxotó, Xingó e Itaparica, que ficam na mesma bacia hidrográfica de Sobradinho, não serão afetadas. José Ailton de Lima, diretor de operações da Chesf, não considera a interrupção da geração como uma decisão tomada pela empresa, mas sim como uma ‘consequência’, devido à falta de água que impossibilita a geração. "Trabalhamos com a previsão de que quando atingir a cota zero do volume útil, parar a geração de Sobradinho", explica.
A hidrelétrica, que possui um dos maiores reservatórios do país, vem desde o ano passado gerando abaixo da sua capacidade total. Localizada na região Nordeste, ela vem agonizando com a falta de chuvas que assola em especial a região. Atualmente, ela vinha produzindo em torno de 180 MW. A energia que Sobradinho deveria entregar ao sistema deverá ser substituída por outras fontes em despacho definido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. O bom desempenho da fonte eólica no país tem sido um dos fatores que tem garantido o abastecimento do Nordeste.
O diretor da Chesf avisa que a usina volta a gerar imediatamente após sair do nível zero. "A medida que chover e tiver água na barragem, ela volta a gerar", aponta. A intensidade da chuva não é possível de se prever, para que se faça algum tipo planejamento. A parada da usina não vai acarretar cuidados extraordinários na manutenção, que já são feitos regularmente, de maneira que ela fique sempre pronta a voltar a operar.
Lima lembra que a Chesf já solicitou ao órgão responsável uma licença para reduzir a vazão da usina de 900 m³/s para 800 m³/s. Segundo Lima, essa diminuição não é para gerar energia e sim para preservar a água do reservatório e assegurar a segurança hídrica da população. "Como a água do reservatório hoje é finita, se eu gastar muito, o reservatório acaba mais rápido", afirma.