A Enel holding anunciou a revisão de seu plano estratégico para 2019 em um evento realizado em Londres na quarta-feira, 18 de novembro. Entre as medidas estão o aumento dos aportes em geração renovável e a reorganização da empresa com a restruturação das operações na América Latina bem como a proposta para a incorporação da Enel Green Power como forma de simplificar a estrutura da companhia.
Os investimentos que serão realizados para aumento do seu portfólio passaram de 14,3 bilhões de euros para 17 bilhões de euros, elevação em 18,8% entre os anos de 2016 a 2019. Desse valor, a maior parte será destinada às fontes renováveis com 53%. Os 47% restantes serão divididos entre os outros negócios da companhia italiana.
Em termos regionais, a participação da América Latina recuou de 48% para 41% dos aportes destinados ao crescimento do portfolio. Ainda assim, é a região que receberá o maior volume de recursos, passando de 6,864 bilhões de euros para 6,97 bilhões de euros. Entre as áreas de crescimento de geração está a adição de 1,3 GW em energia solar no Brasil e na África do Sul por meio de leilões, contudo a empresa não deixou claro a divisão de quanto se destinaria ao país.
No cenário global, a Enel destacou que há uma pressão em mercados emergentes citando a desvalorização das moedas do Brasil, Chile e Colômbia. A participação do Brasil nos negócios da Enel representa 7% do ebitda da companhia com 6,6 milhões de consumidores finais atendidos e 23 TWh de energia distribuída. Esses números são os maiores que a empresa possui em suas operações na América Latina.
Nas projeções macroeconômicas, a Enel projeta uma queda de 1,2% no PIB deste ano nos países da America Latina onde atua. Contudo para 2016 a perspectiva é de crescimento para 1,2% e de 2,4% no ano de 2017. Já em termos de demanda de energia com base na produção da própria empresa as estimativas são de crescimento de 3% em 2015 e 2016 e 3,6% em 2017.
Em termos de geração, as renováveis devem representar maior volume de investimentos para crescimento alcançando 17 GW de capacidade mundial, aumento de 9,2 GW. No total, a Enel projeta encerrar 2019 com 66 GW sendo que as fontes renováveis deverão aumentar a participação no portfólio da companhia. Em 2014 era de 38% e a projeção de 2019 é a de alcançar 52%.
A proposta de integrar a EGP tem como meta entregar benefícios como a aceleração do ritmo de crescimento no negócio de renováveis, a redução da volatilidade da produção de energia na Enel que promoverá maior competitividade e ainda a perspectiva de novos negócios como em geração distribuída.
Já a reorganização na América Latina envolve o spin-off da Enersis do Chile e a fusão de todas as outras operações nos demais países sob o guarda chuva da Enersis Americas. Nesse caso, entre os benefícios apontados está a economia  de 360 a 380 milhões de euros até 2019.