O leilão Nº 5 para contratação de serviços de transmissão de energia elétrica terminou nesta quarta-feira, 18 de novembro, com apenas quatro lotes licitados entre 12 ofertados. Mesmo assim, os representantes da Aneel, do Ministério de Minas e Energia e os agentes vencedores consideraram o certame um sucesso. Foram licitados 1.986 quilômetros de linhas, com investimentos esperados da ordem de R$ 3,5 bilhões e geração de 7,5 mil empregos diretos nos próximos anos.
“A primeira impressão parece que foi um leilão sem muito sucesso… Muito pelo contrário. Entendemos que foi um sucesso porque com esse leilão alcançamos a marca de R$ 13,5 bilhões de contratos [em transmissão] só este ano. Se observarem o cenário econômico do país e do mundo, acho que tivemos bastante sucesso na contratação”, declarou o diretor da Aneel José Jurhosa Junior, em coletiva de imprensa na BM&FBovespa, em São Paulo.
“Temos a certeza que o trabalho de casa está sendo bem feito. E que vocês investidores têm acreditado e têm confiado que realmente os valores que temos colocados são suficientes para que se façam os investimentos. Isso é muito importante. Sei que não está fácil construir no Brasil, entendemos que têm outros fatores – ambientais e fundiários – que têm dado um trabalho maior”, reconheceu o representante da Aneel.
Jurhosa em seguida adimitiu que o sucesso do leilão não foi total porque não se contratou todas as obras, porém ponderou que pela conjuntura econômica do país o objetivo foi alcançado. “Entendemos que não é questão de preço, é mais a conjuntura do país”, disse. O secretário-adjunto do Ministério de Minas e Energia, Moacir Carlos Bertol, concordou com a opinião do diretor da Aneel. “A gente contratar um investimento de R$ 3,5 bilhões para uma proposta de R$ 7,5 bilhões já é um resultado que agrada, mas que não é o que se esperava”, declarou. “Obviamente que existe a necessidade para o setor elétrico da entrada em operação de todos esses lotes nos prazos estabelecidos, até pela necessidade do planejamento. Mas por outro lado, o resultado foi considerado um valor expressivo.”
Representando o Consórcio TCL, que conquistou a concessão do Lote A, o maior do certame, o diretor Corporativo do grupo espanhol ACS Industrial, Jaime Llopis, destacou como a segurança e a transparência dos processos desenvolvidos no setor de energia foram fundamentais na tomada de decisão do investimento. “Acreditamos que esse momento é também de oportunidades”, declarou.
“Dadas as circunstâncias e as condições econômicas do país, se for analisar friamente esse leilão, foi um grande sucesso", afirmou Sérgio Facchini, presidente do Conselho da Planova, que levou o lote G. "Nas condições atuais, ter um pessoal com vontade de investir R$ 3,5 bilhões, nós temos que tirar o chapéu”, completou
Para Célio de Oliveira, diretor presidente da Cel Engenharia, empresa que levou o lote L em parceria com a Celg GT, o resultado do leilão mostra para o governo que as empresas médias do Brasil também têm interesse nesse mercado. “Precisamos olhar o Brasil de uma forma diferente, de que nosso pais é muito bom e que nossos empresários são competentes. Precisamos de uma injeção de positivismo”, criticou.
Mauro José Bubniak, superintendente de negócios da Copel GT, defendeu que as empresas precisam mudar o seu ponto de vista em relação ao Brasil e ser mais otimista. “O pessimismo parece que estar dominado o Brasil e com o pessimismo a economia tente a piorar.” Ele ainda comemorou o fato da Copel ter arrematado do lote E, pela receita máxima oferecida pelo governo de R$ 97,9 milhões.