Os quatro projetos solares no Ceará que fecharam contratos com o governo federal no último leilão de energia de reserva devem ser apenas os primeiros na área em que serão construídos. O consórcio responsável pelas plantas já tem outros quatro empreendimentos de mesmo porte a serem instalados nessa área, que fica na Serra do Apodi, município de Quixeré, na divisa com o estado do Rio Grande do Norte. Quando todas as centrais de geração estiverem prontas o local terá potência de 240 MW.
O consórcio é liderado pela Kroma Energia (38,8%) que tem ainda na sociedade a Êxito Participações com 36,2% e a Total Energia com os 25% restantes. A meta do grupo é de ter esses outros quatro parques adicionais no próximo certame de energia de reserva, ainda sem data para acontecer. Contudo, há um certo otimismo por parte da empresa já que a sequência de três leilões para a solar em dois anos é encarada como o sinal correto que o governo federal vem dando para o mercado investir no país, corroborando a afirmação do presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, sobre a atratividade do mercado nacional para a fonte solar fotovoltaica.
O presidente da Kroma, Rodrigo Mello, disse que o investimento total nesses quatro parques já negociados no LER de 13 de novembro será de R$ 660 milhões. O funding desse projeto, explicou ele à Agência CanalEnergia, está sendo equacionado.
“Todo mundo que vai no LER vai atrás do BNDES, essa é a primeira opção. Sabemos que o momento não é fácil mas essa é a nossa primeira opção. Ainda estamos pensando em uma porção que pode ser obtida por empréstimo ponte e ainda de fornecedores de equipamentos”, ponderou o executivo, que indicou ainda a possibilidade de emissão de debêntures de infraestrutura.
Quanto às questões técnicas do projeto Mello se mostrou bastante otimista. Ele comentou que o consórcio já tem arrendada toda a área necessária para os demais projetos, que inclusive foram habilitados para o LER da semana passada. Conforme seu relato, a empresa já possui um ano de irradiação medida, está em uma área de temperaturas amenas o que é positivo para um projeto desse porte. Além disso, comentou, está a cerca de 40 metros da subestação por meio da qual se conectará à Rede Básica. O terreno é da empresa que controla a cimenteira Apodi, que ergueu uma linha de 230 kV. Mello comentou ainda que a empresa tem também a medição de quase dois anos de ventos naquela região.
Segundo seus cálculos o fator de capacidade dos parques, nomeados como Apodi I,II,III e IV, será de 29%. Esse índice será alcançado em função da instalação dos painéis com o tracker do sol. A tecnologia dos painéis será a policristalina. “Essa é a mesma configuração dos parques solares negociados no leilão que o estado de Pernambuco realizou no final de 2013”, lembrou.
Sobre as perspectivas para o projeto, o executivo disse ser conservador em termos de execução da obra e entrada em operação comercial. Por isso, ele evita de projetar a antecipação do projeto que, segundo o cronograma da Aneel, deverá ser entregue em novembro de 2018. Ainda não foram definidos os fornecedores de equipamentos, contudo a empresa já está tratando das licenças de instalação junto ao governo do estado do Ceará. “Queremos começar as obras o mais rápido possível, não é preciso uma intervenção muito grande, pois se trata de um terreno plano”, explicou.