A Cemig espera assinar até o final deste ano a renovação do contrato de concessão da Cemig-D. Com a recomendação de renovar o vínculo dado pela Agência Nacional de Energia Elétrica a companhia afirma que já busca a rolagem de sua dívida junto aos bancos, fator que não era possível em decorrência das incertezas se a concessão seria estendida ou não. A distribuidora tem uma importante parcela de seu endividamento vencendo em 2016, são R$ 3,167 bilhões de um total de R$ 6 bilhões.
A empresa encerrou o terceiro trimestre com alavancagem de 4,51 vezes a relação entre a dívida líquida sobre o resultado ebitda. “Agora temos plena capacidade e estamos trabalhando nesse assunto [rolagem da dívida] e o custo. É claro que o aumento da taxa de juros impactou um pouco, mas estamos trabalhando para ter plena capacidade de pagamento”, afirmou o diretor de Finanças e de Relações de com Investidores da Cemig, Fabiano Maia, em teleconferência com analistas e investidores nesta segunda-feira, 16 de novembro.
Apesar deste ser um dos pilares a serem considerados pela Aneel para a manutenção da renovação das concessões de Distribuição, a Cemig se mostra confiante sobre o seu desempenho econômico financeiro nos próximos anos. A companhia afirmou ter realizado simulações para os próximos anos no sentido de avaliar a capacidade de entrega dos indicadores exigidos pela agência reguladora. Segundo Maia, até em cenários mais conservadores a companhia tem capacidade de se manter dentro dos indicadores de qualidade e de equilíbrio financeiro exigidos pela Aneel.
“Nosso contrato de concessão terá a renovação assinada até o final do ano e a partir daí é vida que segue com os investimentos necessários para o atendimento dos indicadores para os próximos cinco anos, passaremos no teste inicial e não teremos problemas no atendimento dessas condições”, afirmou o diretor de Relações Institucionais e de Comunicação, Luiz Fernando Rolla.
Entre as medidas que a empresa tem como foco está uma atuação mais efetiva sobre as contas controláveis pela empresa. A empresa, contudo, não quis revelar com mais detalhes que medidas seriam estas porque o plano ainda não está aprovado no conselho de administração, fato que deverá ocorrer no mês de dezembro com a aprovação do orçamento da companhia para 2016.
Rolla afirmou que esse trabalho de redução de custos já vem sendo implementado desde o início do ano e está focado nas despesas que podem ser diminuídas no curto prazo como serviços de terceiros, materiais, melhoria operacional de processos e uso dos investimentos em automação feitos no passado e que teriam melhorado a performance do sistema da Cemig. Mas há ainda outras ações que, segundo ele, vão contribuir com o fluxo de caixa da empresa. No momento a Cemig-D comemora a manutenção dos níveis históricos de inadimplência em 3,43% em sua área de concessão, mesmo com o aumento das tarifas realizado este ano.