A Alupar informou que está estudando o leilão de hidrelétricas, marcado para 25 de novembro, e disse ter identificado um "retorno bastante interessante". "Só que têm alguns pontos que precisam ser levados em consideração", ponderou José Luiz de Godoy, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, durante teleconferência realizada nesta sexta-feira, 13 de novembro.
"Num primeiro momento", continuou o executivo, "a gente achou que estivesse comprando o ativo de concessão, e não é isso. Você compra o ativo e passivo. Temos vistos usinas que têm problemas técnicos e ambientais que têm que ser resolvidos." Segundo Godoy, esses custos são "bastante altos" e não aparecem no negócio.
Outro o obstáculo identificado pela empresa é a falta de crédito. "O mercado está totalmente fechado para crédito. Está muito difícil e muito caro, os prazos são muito curtos. Pegar dinheiro fora do Brasil, que seria uma opção, tem um descasamento de indexador. Você teria uma dívida com risco cambial e uma receita em reais, risco que a gente por política não corre dentro da empresa", disse Godoy.
O leilão ofertará 29 contratos de hidrelétricas. Algumas usinas têm mais de 50 anos de operação. Os interessados, por sua vez, só poderão comercializar livremente 30% da garantia física dos empreendimentos a partir de 2017. Além disso, precisam "pagar" pela outorga em duas parcelas, sendo que a primeira precisa depositada este ano e a segunda em 2016. O governo pretende arrecadas R$ 17 bilhões com o leilão.
Sobre o leilão A-1, agendado para 11 de dezembro, a Alupar garantiu que vai se habilitar, mas não decidiu se vai vender energia. "Estamos fazendo uma série de análises para tentar chegar a uma conclusão. O preço é a coisa mais difícil de se ver", disse Godoy, que aposta em um preço de energia melhor em 2017 por conta de atrasos em projetos de geração.