A EDP passa pelo que classificou de ‘processo de orçamentação base zero’, no qual a meta é a de realizar um mergulho detalhado em todos os custos da companhia para proporcionar a otimização dos gastos. Ao final dessa medida, a companhia espera reduzir o impacto da inflação e levar essa parte do balanço a apresentar variação abaixo do indicador econômico que, basicamente, mede o aumento de preços na economia.

De acordo com o CEO da empresa, Miguel Setas, esse estudo não está sendo feito a partir do último orçamento, é, segundo suas palavras, uma varredura completa de orçamento a partir do zero em custos e processos para levar à redução.
No trimestre encerrado em setembro essa linha do balanço da companhia apresentou um aumento de 31,1% ante o reportado em 2014. Mas, essa elevação leva em conta a consolidação da UTE Pecém I (CE, 720 MW) e PDD. Sem esses itens, reportou um aumento de 6,3%, ainda abaixo dos principais índices inflacionários (IPCA com 9,49% e IGP—M com 8,35%) no período.
Setas destacou que a medida é parte do posicionamento de buscar disciplina financeira e manter a alavancagem em nível prudente. Inclusive, destacou, este fator foi oportuno para questões como a aquisição dos 50% de Pecém I. Segundo o executivo, a compra da usina junto à Eneva, sem a desalavancagem da companhia, não seria possível. O nível de prudência, disse ele, é algo entre 2 a 2,5 vezes a relação entre dívida liquida e ebitda. Nesse sentido disse ele, está a decisão de pagamento do lucro limitado a 25% e não mais de 100% por conta da prudência.
A EDP indicou ainda que busca renegociar a dívida da UTE Pecém I (CE, 720 MW) que é de cerca de R$ 2 bilhões. O endividamento bruto de todo o grupo EDP no Brasil estavam em pouco mais de R$ 6 bilhões no encerramento do terceiro trimestre do ano e a dívida líquida nesse mesmo período estava em R$ 4,825 bilhões, levando a alavancagem da empresa ao índice de 1,6x em relação ao resultado ebitda.