O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sinalizou que o governo pretende descontratar nos próximos anos 15 mil MW de termelétricas movidas a óleo diesel e a óleo combustível, substituindo-as por energia nova e mais limpa do ponto de vista ambiental. "O Brasil não pode ficar carregando energia que é cara e ineficiente do ponto de vista ambiental e deixar de contratar energias novas, limpas e modernas por causa dessa energia que estamos carregando. Temos que estudar com clareza como vamos fazer a substituição dessa energia e contratá-las quando for possível", afirmou o chefe da pasta em evento em São Paulo, nesta quinta-feira, 12 de novembro.
"Ouço alguns dizerem que esses contratos são ‘imexíveis’, mas não são, existem cláusulas. O Brasil não precisa carregar esses contratos eternamente. Pelo contrário. Será que temos que suspender os novos leilões porque tenho que ficar amarrado por uma energia que é suja do ponto de vista ambiental e é ineficiente do ponto de vista do custo de geração? Temos que fazer um balanço econômico e ver que forma isso se sustenta", disse.
Braga lembrou que muito dessas térmicas foram contratadas a partir do racionamento em 2001. "Há 15 mil MW de energia que não é adequada do ponto de vista do clima e não é barata. Podemos substituí-la", disse, explicando que por segurança energética o país não pode abrir mão das térmicas. "Só que as térmicas de base que queremos são térmicas eficientes, modernas, baseada em gás natural, mais amigável do ponto de vista ambiental e mais amigável do ponto de vista do custo de energia."
"A grande esperança que temos é que os ajustes econômicos e fiscais necessários acontecerão e o Brasil voltará a crescer e voltará a demandar novas energias. Portanto, o planejamento de longo prazo que estamos trabalhando leva em consideração todos esses aspectos", declarou Braga.