A dinamarquesa Vestas se prepara para inaugurar sua primeira fábrica de equipamentos eólicos no Brasil. A planta já está em fase pré-operacional, informou Rogério Zampronha, presidente da companhia, em entrevista à Agência CanalEnergia. A empresa espera realizar a inauguração em dezembro, momento em que também pretende anunciar o comprimento das exigências de conteúdo local do BNDES. Com isso, os clientes da Vestas poderão ter acesso aos financiamentos competitivos oferecidos pelo banco de fomento brasileiro.
"O processo com o BNDES está fluindo bem, só finalizando a documentação", garantiu o executivo. Até o momento, apenas os fabricantes eólicos WEG e Acciona anunciaram que cumpriram com as regras de nacionalização do BNDES. A expectativa é que o setor eólico brasileiro possa contar com sete fabricantes em 2016.
A fábrica da Vestas está sendo construída no município de Aquiraz, próximo a capital Fortaleza, no Ceará. Irá produzir naceles e hubs de 2 MW e 2.2 MW. A capacidade inicial de produção será de 400 MW, podendo ser ampliada para 800MW conforme a demanda e a capacidade de atendimento da cadeia de suprimentos. A empresa investiu R$ 100 milhões na unidade. As pás eólicas serão fornecidas pela Aeris, que construiu uma unidade só para atender a Vestas.
"É um momento muito especial para Vestas", disse o executivo, explicando que a inauguração dependerá da agenda das autoridades e do Governador do Ceará, Camilo Santana. "A princípio será no início de dezembro, mas podemos adiar para janeiro." A fábrica vai gerar 500 empregos diretos.
A empresa tem 286 MW de pedidos firmes que vão começar a ser entregues a partir de janeiro de 2016, já com o atendimento das regras do BNDES. "Temos mais 320 MW com compromissos em negociação final e vamos participar com algumas empresas no leilão de amanhã", disse Zampronha, se referindo ao leilão de energia de energia de reserva, que será realizado na próxima sexta-feira, 13 de novembro, na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em São Paulo.
Sobre o leilão, o executivo disse que a expectativa já foi melhor em termos de volume a ser contratado. "Nossa expectativa caiu um pouco, os investidores têm tido algumas dificuldades adicionais que envolvem aumento nas condições de financiamento, disponibilidade de empréstimos ponte, questões regulatórias e fundiárias que atrapalham um pouco o processo deles. Mas independente dessas dificuldades, a gente vai ter uma demanda contratada maior que o A-3 de agosto. Acredito que vai ser acima de 1.000 MW", concluiu.