O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr., sinalizou nesta quinta-feira, 12 de novembro, que a companhia deverá aceitar a proposta de repactuação do risco hidrológico no mercado regulado. “Não encaminhamos essa decisão ainda para o Conselho, mas creio que tenhamos isso até o dia 25 deste mês. A tendência, sem dúvida nenhuma, é de adesão. Estamos avaliando qual das alternativas faz mais sentido para a gente, mas sem dúvida nenhuma é pela adesão”, afirmou à Agência CanalEnergia, durante evento em São Paulo.

Hoje o mercado de energia está parado por conta de um conjunto de ações judiciais contra o GSF. Os agentes buscaram judicialmente se proteger dos prejuízos financeiros causados pela seca histórica que afeta o setor hidrelétrico. A expectativa do executivo é que o mercado de energia seja destravado em dezembro. “Acredito que a maior parte das empresas, como a gente, já fez as contas e já sabem o que vão fazer. Na medida que tiver a aprovação no Senado [da MP 688], [os agentes poderão] dar andamento na decisão…. Em dezembro o mercado retoma”, disse.

A MP 688 permitiu aos agentes a repactuação do risco hidrológico. Em troca, as empresas precisam desistir das liminares. A MP foi aprovada na Câmara, restando apenas o aval do Senado Federal. A expectativa de Ferreira é que na próxima semana a matéria seja votada e aprovada pelos parlamentares. “A gente acredita que isso avance na semana que vem. Seria importante porque o próprio leilão é dia 25”, disse, se referindo ao leilão de hidrelétricas, que também depende da aprovação da MP 688. 

Para ele, a solução para o ACR está clara, restando algumas dúvidas sobre a proposta para o mercado livre. “Ainda não está claro [para o ACL]. Até ontem à noite o voto do relator não tinha sido proferido. Para [a gente] fazer conta [do ACL] precisa do voto do relator”, explicou o executivo, que acredita que a Aneel pode melhorar a proposta para o ACL. “No nosso caso, a principal opção [é o ACR]. Temos operação no mercado regulado e no livre, mas no nosso caso é muito mais regulado”, disse. “Óbvio que não é uma coisa simples de se fazer, mas nós já estamos com nosso trabalho bastante avançado.”

Para Ferreira, uma futura discussão sobre as condições do ACL não deve atrasar o processo de repactuação. “Acho que a Aneel tem algum tipo de desenvolvimento no ACL, de aprofundamento na resolução. Essa é a minha impressão”, comentou.