As negociações da State Grid Brazil Holding para a atração de um parceiro no segundo bipolo da UHE Belo Monte (PA, 11.233 MW) continua mesmo depois da assinatura de contrato de concessão da empresa com a Agência Nacional de Energia Elétrica. A ideia principal da empresa é de replicar a mesma estrutura de sociedade que saiu vitoriosa no leilão do primeiro bipolo e que tem Furnas e Eletronorte com 24,5% cada.
O vice presidente de O&M da State Grid, Ramon Haddad, disse nesta quarta-feira, 11 de novembro, que a busca por parceiros no projeto está em curso. Já na coletiva do leilão no qual o projeto foi leiloado a companhia revelou essa meta uma vez que não conseguiu fechar a mesma parceria com as subsidiárias da Eletrobras. “Temos a continuidade das conversas com a Eletrobras na mesma conjunção do primeiro bipolo que são os prioritários, mas continuamos, independente disso, atuando e implantando o projeto “, afirmou ele.
Haddad disse que a empresa trabalha com a perspectiva de cumprimento dos prazos estipulados nos dois editais dos bipolos, apesar de admitir que há atrasos na obtenção da licença de instalação do primeiro projeto, que deveria ser emitido pelo Ibama ainda em julho. Ele não apontou um problema ambiental específico para a demora, disse apenas que é uma questão processual, sem entrar em mais detalhes. Em sua avaliação os 50 meses do segundo bipolo representam um desafio, mas que a empresa está confiante e, inclusive já iniciou os trabalhos para obter o licenciamento ambiental.
Enquanto o primeiro bipolo está com a sua engenharia financeira já equacionada o segundo projeto ainda está em aberto. O valor do investimento está em cerca de R$ 7 bilhões, mas esse valor, já considerando os custos financeiros e juros deverá alcançar a cifra de R$ 9 bilhões. A modelagem financeira para esse montante, disse ele após participar do 1º Encontro dos Altos Executivos do Setor Elétrico, passa pela utilização de todas as ferramentas de financiamentos, sejam nacionais quanto internacionais.
A meta é de conseguir a totalidade de recursos possíveis do BNDES para o projeto que é de 50% dos itens elegíveis que, a grosso modo, representam 50% do investimento total de R$ 7 bilhões. Além disso, ele aponta para as debêntures de infraestrutura e financiamentos internacionais. Isso porque o projeto precisará, necessariamente, da importação de equipamentos por não haver similares nacionais. Esse equacionamento ainda será definido ao longo do projeto. Até porque outro aspecto importante do projeto é que a conjuntura econômica sob o qual foi leiloado o segundo bipolo está totalmente diferente do primeiro, principalmente quanto à cotação do dólar ante o real.