As crises econômica e política pelas quais o país têm passado esse ano reverberaram no setor elétrico e ‘esfriaram’ o mercado. Foi assim que o CEO da Taesa, José Ragone definiu o atual momento que vive as empresas. Um dos reflexos desse cenário é que agentes que venceram leilões passados estão com dificuldades de colocar em andamento obras arrematadas nos certames, um movimento notado pela companhia que vem sendo procurada com ofertas de parceria ou compra desses ativos.

“A situação externa tem afetado o setor elétrico como um todo, o mercado se esfriou e naturalmente qualquer operação de venda de ativos passa pela nossa análise, mas o mais importante é que nos preparamos para esse momento e estamos prontos para a estratégia de crescimento, contudo não será a qualquer custo”, destacou Ragone em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados do terceiro trimestre.
A resposta do executivo foi dada em relação aos projetos tanto em termos de aquisições quanto por meio de participação em leilões, notadamente o próximo, que está agendado para o dia 18 de novembro, quando nove lotes serão colocados em disputa. Segundo ele, a situação em termos de wacc regulatório está mais favorável, assim como a ampliação do prazo. Contudo, ressalta que ainda há problemas quanto a questões ambientais e fundiárias, além desse cenário político e econômico do país, que devem ser incluídas na avaliação do retorno dos projetos.
“Avaliamos todos os leilões e não é diferente com esse, que já vem envolto em condições mais favoráveis de wacc e alguns lotes considerados já preveem prazo maior para a implementação. Ainda não temos um [lote de interesse] especifico. Avaliamos os lotes que poderemos ter a sinergia e ganhos em termos de operação integrada. Como em todos os leilões entramos de forma disciplinada orientada em retorno para ver se participaremos”, disse o executivo.
Nessa análise a empresa aponta que para entrar na disputa as condições de estruturação financeira que estuda passam por uma parcela de 60% dos recursos vindos do BNDES com a possibilidade de debêntures de infraestrutura e os 40% restantes por meio da capital próprio.