A AES Tietê está se preparando para retomar os investimentos em nova capacidade instalada da empresa. Não há um foco específico, podem ser projetos novos ou ativos que já estão em operação. As fontes que mais atraem a companhia são a térmica a gás natural, eólica e solar para os leilões do ano que vem, contudo a empresa não descarta a relicitação de usinas que não tiveram o contrato de concessão renovado e nem mesmo as térmicas da Petrobras.
Os projetos que no momento são indicados pela empresa como possível alvo de investimentos são a Termo São Paulo que terá capacidade de geração de cerca de 500 MW e projetos solares, mas isso apenas em 2016. No caso da térmica a geradora continua em conversas com a Petrobras para verificar a viabilidade de utilizar o terminal de regaseificação da estatal como forma de ter gás firme para entrar no leilão promovido pela Aneel. Já para a fonte eólica, a ideia da AES Tietê, que passa por uma reorganização societária para facilitar o processo decisório por novos investimentos, é por meio de aquisições seja de ativos operacionais ou que ainda estejam em desenvolvimento, ainda mais nesse momento, onde há empresas menores em dificuldades para cumprir seu programa de investimentos.
“O crescimento da empresa nos próximos leilões se dará por térmicas e usinas solares por meio de novos projetos”, definiu Ricardo Cyrino, diretor de Desenvolvimento de Negócios da AES Tietê. “No segmento de eólica o que visualizamos são várias frentes, podemos adquirir projetos sejam greenfield ou que estejam no pipeline de empresas. Vamos avaliar o que tem no mercado disponível”, comentou ele.
Uma das alternativas de aquisição pode ser também de usinas térmicas da Petrobras que podem fazer parte de seu plano de desinvestimentos. Contudo, Cyrino condicionou esse interesse às condições de renovação dos contratos de fornecimento do combustível. Em sua avaliação, se não houver a renovação desses contratos de abastecimento de gás e tiver que viabilizar a geração por meio de GNL, pode ser que o custo da operação não seja viável com os atuais patamares de valores dos PPAs.
Apesar de aparentemente pequena a chance da AES Tietê participar do leilão de UHEs a serem relicitadas, Cyrino ainda não descartou essa possibilidade. Ele comentou que apesar do impacto financeiro ser importante em função do valor da outorga ser alto pelas principais usinas do certame, há ainda questões como o GSF que devem ser olhadas pelas empresas. Ele disse que a companhia ainda avalia essa opção.
A repactuação do risco hidrológico na AES Tietê ainda permanece uma incógnita. O diretor disse que a quarta fase da audiência pública sobre o tema havia piorado muito as condições para a adesão de agentes do ACL. Contudo, contemporizou ele, o desenvolvimento da proposta abriu uma expectativa de que possa ser revertida a situação. Ele não quis adiantar nada sobre o tema, afirmou apenas que é preciso esperar a lei para que se possa ter uma posição final.
Até o momento a empresa afirma que ainda faltam informações. O que é possível de ser feito no momento é a projeção de cenários, mas sem dizer o resultado dessas projeções. “Ainda temos que aguardar a lei para ter mais clareza das alternativas que se terá para o ACL”, finalizou.