Os investimentos da AES Eletropaulo (SP) para o período entre 2015 e 2019 será de cerca de R$ 3,5 bilhões. Nesse montante já estão incluídos os R$ 300 milhões adicionais que a empresa anunciou nesta quinta-feira, 5 de novembro, que serão aplicados em um plano de recuperação dos indicadores de qualidade DEC e FEC, que estão acima do que havia sido divulgado pela empresa até o trimestre passado. Essa alteração de índices é o resultado do que a empresa classificou como inconsistências encontradas durante uma auditoria interna.

Com esse erro de cálculo o DEC aumentou para 20,04 horas e o FEC para 5,56 vezes nos últimos 12 meses ao final do terceiro trimestre de 2015. Esses dados são preliminares e poderão mudar levemente até o final do ano quando a empresa terá finalizado a análise dos dados para republicar esses indicadores. De qualquer forma a empresa já fez uma provisão de cerca de R$ 105 milhões para a compensação dos consumidores em sua área de concessão que segundo as regras da Aneel serão ressarcidos em sua conta de energia.
Outro tema que traz preocupação para a empresa é a questão do endividamento. A companhia apresentou ao final de setembro uma relação entre a dívida líquida e o ebitda de 3,4 vezes. Há um limite chamado de convenants financeiros que é de 3,5 vezes e que se ultrapassado por dois trimestres consecutivos pode significar a quebra desse indicador e levar credores a requerer o vencimento antecipado da dívida.
Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da AES Eletropaulo, Francisco Morandi, essa situação é conjuntural em função da empresa acumular um alto volume de ativos regulatórios, o reconhecimento do órgão regulador de que a concessionária tem valores a receber no futuro, fator que deve levar o caixa da empresa a uma situação de normalidade quando for recebido pela empresa. Inclusive, disse Morandi em coletiva a jornalistas, a empresa está trabalhando no desenvolvimento de um programa para que os custos operacionais da companhia fiquem mais controlados.