A proposta de repactuação do risco hidrológico ainda não permite à AES Tietê definir qual deverá sua posição quanto a adesão ou não à medida. Por esse motivo a empresa avalia ainda ficar com 14% de sua garantia física descontratada em função dessas indefinições que permeiam o setor. Contudo, disse o presidente da geradora do grupo AES Brasil, Britaldo Soares, essa estratégia pode ser reavaliada por conta da solução que pode ser encaminhada sobre o assunto.

Segundo a empresa, para o ano que vem o nível de contratação da empresa é de 86%, ou 1.071 MW médios. Para o ano de 2017 esse patamar cai para 79% da GF da empresa com 983 MW médios e no ano de 2018 é de 646 MW médios, que equivale a 52% da energia assegurada da empresa.
“Não estamos desembolsando custos associados ao GSF no momento por conta da liminar da Apine e não o faremos durante a vigência dessa decisão, mas estão provisionando os valores. A nota técnica da Aneel para tratar da repactuação do risco é interessante, mas se a proposta para o ACL manter no formato e características atuais, não parece conter os elementos que justifiquem a adesão da empresa até o momento. Como acreditamos em desenvolvimentos e compatibilizações com a Aneel e a MP 688, continuaremos com nossas análises para definir pela adesão ou não da empresa”, afirmou Soares em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados do terceiro trimestre da companhia.
Em decorrência das incertezas que cercam o setor de geração a AES Tietê informou que não realizará pagamento de dividendos. O motivo é o ambiente macroeconômico e a questão do GSF que está pendente e ainda não há todos os elementos colocados para a avaliação da adesão ou não. Caso a situação mude nos próximos meses a empresa ainda vê a opção de vender energia no leilão A-1 de dezembro para colocar esse montante que está descontratado.
Mas, no momento esse volume é classificado na AES Tietê como um colchão para fazer frente as incertezas do risco hidrológico para 2016. E cita a situação indefinida do Nordeste onde os reservatórios estão com níveis críticos no momento para imaginar que possa haver despacho térmico para atender á demanda daquele submercado. Além disso, pode ocorrer a redução da garantia física de usinas, que é limitada a 5%, mas que poderá ainda retirar liquidez do mercado.
Por esses motivos, além da relicitação das UHEs que não tiveram o contrato de concessão renovado o cenário de preços para o mercado livre ainda continua com a dinâmica incerta, mas a Tietê imagina que esteja em cerca de R$ 160/MWh ou acima desse patamar.