A Equatorial Energia, controladora das distribuidoras Celpa (PA) e Cemar (MA), está de olho nos próximos leilões de ativos já existentes como forma de crescimento. Essa afirmação vale tanto para o segmento de distribuição quanto de geração por meio da relicitação das usinas que tiveram o contrato de concessão terminado. A empresa não revela qual pode ser o alvo mas diz que crescer por meio de um ativo de geração já operacional é melhor do que um projeto novo quando se analisa os riscos do negócio. E ainda, que a Celg-D interessa e que estará pronta para analisar os dados quando se tiver mais clareza quanto a datas da venda da distribuidora goiana.
“Sempre falamos que olharíamos ativos em geração, apesar de recentemente estarmos focando em distribuição”, comentou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Equatorial, Eduardo Haiama. “Analisando o que está acontecendo no segmento, na nossa visão, víamos recentemente retornos aquém do que queríamos para investir, mas agora esses retornos bem atraentes no segmento, por isso vou dizer que teríamos sim [intenção de participar do leilão] mas termos que ver se faz sentido entrar”, acrescentou.
Um dos pontos que foram destacados durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre do ano é o baixo nível de alavancagem da empresa, fator que daria uma vantagem para buscar novos recursos para investimentos. A dívida líquida da empresa é de 1,5 vez o ebitda regulatório, um patamar que vem sendo mantido há pelo menos um ano, com exceção do primeiro trimestre deste ano quando essa relação aumentou para duas vezes. Em volume financeiro a dívida líquida da Equatorial é de R$ 1,199 bilhão, valor proporcional à participação de 65,11% na Cemar e de 96,5% da Celpa. No consolidado das concessionárias a relação de endividamento cai para 1,4x e o valor sobe para R$ 1,488 bilhão.
Já em distribuição, além da Celg-D que está no programa nacional de desestatização, mas sem um cronograma oficial de venda, o executivo afirmou que a redução de perdas na Celpa, principalmente, é um driver para o crescimento da empresa. “Em termos de volume faturado a expectativa é de crescimento em decorrência das ações para reduzir as perdas. O mercado está lá e consumindo, mas há um volume que não é faturado. Quando combatemos as perdas há impacto no volume físico e essa é a explicação da Celpa não ter aumento na energia requerida e um aumento da receita da empresa”, comentou Haiama.
Ainda sobre a distribuidora goiana, o executivo da Equatorial afirmou que a concessionária sob o controle da Eletrobras está no radar, mesmo se o cronograma de venda mudar. Um ponto crítico desse processo, lembrou ele foi a renovação das concessões que já é um ponto considerado por ele como solucionado. Contudo, disse que ainda não se sabe se será viável o processo de venda ser realizado ainda este ano.