A capacidade de geração por meio de termelétricas a gás irá mais que dobrar nos próximos 10 anos, passando de 8,4 GW para 18,8 GW. Essa é a previsão de um estudo elaborado pela consultoria britânica Global Data. O mercado na América do Norte continuará sendo de longe a região onde estará localizada a maior parcela dessas centrais de geração. A perspectiva é de que os investimentos nesse mercado passem dos atuais US$ 4,1 bilhões para US$ 9 bilhões ao ano ao final desse período, representando uma taxa de crescimento anual de 8,31%.
O relatório aponta que o crescimento ocorrerá majoritariamente nos oito maiores mercados desta modalidade de geração, que são Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, China, Brasil, Nigéria, África do Sul e Índia. A aposta nessa fonte decorre do aumento da demanda por energia, normas de emissões de gases de efeito estufa mais restritivas e a descoberta de shale gas economicamente viável.
Especificamente sobre o Brasil, o analista da Global Data para energia, Tanmay Mishra, comentou que eventos de grande escala por aqui como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos do ano que vem incrementam a demanda no curto prazo. Contudo, acrescentou, a criação de projetos de utilidade pública temporários não é economicamente viável, fator que abre assim novas oportunidades para o mercado gerador.
No documento, a Global Data aponta que uma série de fatores complicaram o panorama da geração a gás no mundo como um todo. Destaque para conflitos geopolíticos que afetam regiões produtoras, a flutuação do preço do combustível e um clima econômico desfavorável em um passado recente.
Apesar das vantagens para essa fonte quando comparada com o diesel, a questão logística para o transporte do gás acabou limitando seu desenvolvimento face à necessidade de um alto investimento inicial. Além disso, há novos fabricantes entrando nesse mercado para enfrentar os dois grandes grupos que atuam que são a Caterpillar e a GE.