Ocorreu neste mês de outubro a 15ª reunião da Comissão Técnica de Transformadores de Distribuição em Líquido Isolante do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, que apresentou propostas para alterar a metodologia dos ensaios em transformadores e o conceito de recondicionamento dos equipamentos. O evento foi realizado no auditório do Centro de Aplicação de Tecnologias Eficientes do Cepel, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de representantes de fabricantes, recondicionadores e laboratórios.
O pesquisador do Departamento de Laboratórios de Adrianópolis, Carlos Sanguedo, conduziu a reunião com Alexandre Paes Leme, assistente especializado da Diretoria de Avaliação da Conformidade do Inmetro. Atendendo a uma necessidade das concessionárias de distribuição de energia, a partir desta revisão da Portaria Inmetro 378/2010, que trata de transformadores de distribuição, será exigido que os ensaios de impulso sejam realizados para os dois níveis básicos de impulso normatizados para uma mesma família, em função de sua variação construtiva, devendo, no encaminhamento das amostras para ensaios/ACP, as duas diferentes construções estarem representadas.
Outra mudança importante se refere ao ensaio de elevação de temperatura. A partir desta revisão, durante o ensaio de elevação de temperatura do transformador, os fabricantes devem realizar a medição e registro da resistência ôhmica de todos os enrolamentos, tanto primário quanto secundário. A nova metodologia proposta foi baseada na análise dos resultados dos ensaios realizados nos laboratórios de Motores e Acionamento e Segurança em Equipamentos Eletrônicos do Cepel, nos laboratórios do LAT-EFEI da Universidade Federal de Itajubá (MG), no LACTEC de Curitiba (PR) e no laboratório do Instituto de Eletrotécnica da USP. A equipe do projeto Qualificação e Certificação de Equipamentos de Distribuição, do Departamento de Tecnologias de Distribuição, detectou a necessidade de alteração da metodologia.
Segundo o gerente do projeto, Carlos Sanguedo, a nova metodologia busca aprimorar a técnica de definição da amostra representativa da produção de transformadores, incluindo critérios mais técnicos na seleção dos equipamentos, o que possibilita um acompanhamento contínuo da qualidade dos resultados de ensaio realizados nos laboratórios dos fabricantes. Outro tema abordado foram os transformadores recondicionados. A partir de agora, um transformador antigo, originalmente sem etiqueta, que atenda aos parâmetros atuais, será identificado como recondicionado e poderá ser comercializado. Esta opção será permitida apenas aos recondicionadores autorizados pelo programa. Dessa forma, os equipamentos antigos devem obedecer às normas atuais, garantindo os níveis de eficiência estabelecidos pelo programa.
Desde janeiro de 2014, todos os transformadores de distribuição comercializados no Brasil devem ostentar, de maneira compulsória, a etiqueta do Programa Brasileiro de Etiquetagem, com base na Portaria Interministerial MME/MCT/MDIC nº 104/2013 e na Portaria Inmetro nº 378/2010. Esta medida busca garantir os níveis de eficiência dos equipamentos, estabelecidos por meio da medição da perda máxima em vazio, perda total na derivação nominal e perda máxima total na derivação critica, expressas em watts. A potência do transformador e o seu tipo, monofásico ou trifásico, também são considerados.
Criado em 2005, o projeto Qualiequip foi desenvolvido pelo Cepel, a partir de um convênio firmado com a Eletrobras e o Instituto Euvaldo Lodi/Confederação Nacional da Indústria, com o objetivo de estabelecer níveis mínimos aceitáveis de eficiência energética para uso e comercialização de transformadores de distribuição no Brasil. Desenvolvido em parceria com o Inmetro, Aneel, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, concessionárias, distribuidoras de energia e fabricantes de transformadores de distribuição, o trabalho harmonizou o processo de avaliação dos equipamentos, definiu o modo de registro de resultados, desenvolveu a metodologia aplicada e elaborou as instruções para a medição das perdas no âmbito da regulamentação e para a compilação dos dados. Em 2013, a implantação da iniciativa representava uma economia de cerca de 1.516 GWh/ano.