A EDP ainda não decidiu se vai aderir a medida provisória 688, que regula o deficit hídrico dos geradores. O CEO da empresa, Miguel Setas, participou nesta quinta-feira, 29 de outubro, de uma reunião com a Agência Nacional de Energia Elétrica para a apresentação dos pontos gerais das principais propostas. De acordo com ele, houve evoluções desde a proposta inicial. O desconto de 10% em 2015 foi retirado e foi incluída a opção de se fazer uma cobertura parcial do GSF, com o operador tendo a chance de cobrir o déficit com um valor diferente de 100%, associado a um prêmio de risco menor. O prêmio de risco para 100% de cobertura é de R$ 9,50/MWh, acima da expectativa inicial. "Os passos foram positivos", disse o executivo em conferência com analistas.
Uma nota técnica com essas propostas deve ser divulgada hoje. Segundo Setas, a EDP vai analisar cada usina separadamente. Ele admite que pode haver decisões diferentes para usinas em construção, para as que já estão em operação ou ainda para usinas que estejam no mercado livre. E é no ambiente de contratação livre que o executivo da empresa portuguesa relata estarem as principais resistências dos agentes em aderirem a MP. "Foi lá que a proposta da Aneel recebeu o maior número de críticas", conta. Ele acredita que ela ainda deva ser revisada.
Até 2018, EDP pretende manter entre 11% e 13% da sua energia descontratada para a mitigação dos riscos do GSF. Em 2016, o percentual vai ficar em 11%. O risco energético foi mitigado com a venda de 75% da garantia física total da usina de Peixe Angical, que fica descontratada em 2016 para a EDP Comercializadora, para que ela venda ao mercado livre ou aplique na carteira da EDP.