O lançamento do Brasil Solar Power Conferência & Exibição na última quarta-feira, 28 de outubro, acontece em momento de forte crescimento da fonte no país. A expectativa da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica é de que em 2030 estejam instalados no país 25 GWp, sendo 10 GWp de geração distribuída e 15 GWp na geração centralizada. Segundo Rodrigo Sauaia, presidente da ABSolar, as perspectivas levam em consideração as premissas do Plano Decenal de Energia 2024.
O PDE 2024 aponta que serão 7 GW de energia solar instalados no país ao fim do horizonte do plano. Mas esse número é considerado conservador não só por Sauaia, como para o próprio presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim. "Acho que cabe mais, estou sendo prudente [no PDE]. Acho que esse valor vai ser ultrapassado", destacou Tolmasquim no lançamento do Brasil Solar Power.
Sauaia, da ABSolar, afirma que o Brasil tem uma excelente incidência solar, melhor que da Alemanha e da Espanha, onde a fonte tem crescido rapidamente nos últimos anos. Mas, segundo ele, para as projeções se concretizarem é preciso superar algumas barreiras como a do financiamento, a de questões tributárias, aprimorar a resolução Aneel 482/2012 sobre a micro e minigeração, além de atrair a cadeia produtiva para o Brasil.
Ele disse ainda que a energia solar pode ser usada para compensar contratações frustradas no planejamento inicial, visto seu rápido período de implantação. "Entre construção, teste e operação, uma planta solar de até 30 MW pode ficar pronta em seis meses", comentou.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, avisou que na matriz elétrica tem espaço para todas as fontes. O país terá que dobrar sua capacidade instalada em 20 anos, com a implantação de mais de 140 mil MW. Altino comentou que a expansão do setor elétrico era muito calcada na hidreletricidade, mas que agora as outras fontes renováveis vão ter o seu espaço. "O Brasil tem que correr atrás das fontes primárias e a solar é uma dessas fontes", avaliou o secretário.
O plano do governo é que em 2024 o Brasil tenha 210 mil MW instalados, aumentando 76 mil MW em 10 anos. Desse acréscimo, segundo Altino, 85% virão de fontes renováveis. A hidrelétrica representará 40% da expansão; a eólica, 26%; a solar, 10%; e a biomassa, 9%. "Queremos a fabricação dos equipamentos fotovoltaicos no Brasil e ter a tecnologia para adaptar os painéis as condições da nossa região", declarou o secretário.
Rodrigo Ferreira, presidente do Grupo CanalEnergia lembrou que já foram contratados em 2014 e 2015 mais de 2 GW da fonte e que a estimativa de investimentos até 2017 é de mais de R$ 8,5 bilhões. No evento de lançamento do Brasil Solar Power estavam presentes associados da ABSolar e convidados. Houve transmissão pela internet, com mais de 1.500 pessoas conectadas, sendo cerca de 250 participantes do exterior. O Brasil Solar Power, promovido pelo Grupo CanalEnergia e a ABSolar, vai acontecer nos dias 30 de junho e 1º de julho de 2016 no Centro de Convenções Sul América, no Rio de Janeiro. Para acessar o site do evento, clique aqui.