O presidente da Isa, Bernardo Vargas Gibsone, reiterou o interesse da companhia colombiana em seguir investindo no Brasil, seja no segmento de transmissão, por meio de sua subsidiária Cteep, seja em oportunidades de telecomunicações e rodovias. "A Isa tem um interesse muito forte de participar dos vários mercados do Brasil", afirmou o executivo durante teleconferência realizada nesta quarta-feira, 27 de outubro, em São Paulo.
O executivo lamentou o volume de investimentos previsto para o Brasil nos próximos cinco anos, cerca de US$ 100 milhões anuais em melhorias e reforços. "Gostaríamos que fosse mais", disse Gibisone. Entre 2006 e 2015, a companhia investiu R$ 11,3 bilhões no país.
"Independente de passar um ou dois anos de recessão, o país tem uma série de necessidades de investimento em infraestrutura”, lembrou Reynaldo Passanezy, presidente da Cteep. “Essa é uma indicação que já existe e a gente não vê nenhuma tendência de diminuir. Pelo contrário, se existe uma tendência é de que nós vamos investir muito", declarou.
Apesar do otimismo, Passanezy reiterou que a volta da Cteep aos leilões de transmissão depende da conclusão do processo de pagamento da indenização relativa aos ativos anteriores ao ano de 2000, a chamada RBSE. A companhia defende um pagamento de R$ 5,1 bilhões, enquanto a Aneel reconhece apenas R$ 3,7 bilhões.
Apesar do impasse, segundo Passanezy, o processo está próximo de uma solução. "O processo foi mais lento do que esperávamos, mas o fato é que está maduro", disse. Ele acredita que a partir da definição do pagamento da Eletrosul, o governo deverá sinalizar os desembolsos das próximas empresa envolvidas nesse processo. Ele espera que o pagamento da indenização ocorra a partir de julho de 2016, com a atualização monetária de 6,64%, líquido de imposto.
"Antes da clareza sobre a indenização, nós não estamos participando. Portanto, não estamos participando do próximo leilão", disse Passanezy. De acordo com Gibsone, a diretoria da Isa está confiante de que os pleitos serão reconhecidos e as indenizações serão justas, permitindo o crescimento da empresa.
Por meio da Cteep, o Brasil representa 20,3% do negócio da Isa, que tem atividades no Peru, Chile, Equador, Venezuela, Bolívia, Argentina, Panamá. A Cteep opera 18 mil quilômetros de linhas e 112 subestações, sendo responsável por 30% da transmissão da energia produzida no Brasil e 55% da consumida na região Sudeste.