A usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, alcançou no último sábado, 24 de outubro, um importante marco para a montagem eletromecânica, com a descida do rotor do gerador no poço da primeira unidade geradora da sua casa de força principal. O rotor do gerador é a maior peça, em peso, da turbina de nº 1, com 1.200 toneladas, 2,5 metros de altura e 18,7 metros de diâmetro. Para a realização do transporte do rotor da área de montagem até o poço da unidade geradora foi necessária a utilização de duas pontes rolantes, cada uma com capacidade de 800 toneladas. Segundo a Norte Energia, a operação durou duas horas e as pontes trabalharam de forma acopladas, ou seja, com um comando único.

Em funcionamento, o rotor terá uma rotação nominal de oitenta e seis voltas por minuto, produzindo uma tensão de 18 kV, com potência de 611 MW captada pela força do eixo da turbina que será movimentada pelas águas do rio Xingu. O equipamento, fabricado pela Alstom em Taubaté (SP), precisou de cerca de seis meses para ser montado no canteiro de Belo Monte.

O rotor do gerador fica localizado na parte superior do conjunto girante, formado pelo rotor da turbina e eixo da turbina, dotado de um circuito magnético e polos que fazem o papel de grandes ímãs. O conjunto do gerador divide-se, sinteticamente, em duas partes: uma fixa (estator) e outra móvel (rotor), que ao receber a energia mecânica, transmitida pelo eixo da turbina, gira o rotor dentro do estator. O resultado dessa fricção é a criação de um campo magnético, gerando energia elétrica.

Em construção pela Norte Energia, Belo Monte está com 87% das obras civis concluídas. Quando estiver em plena operação, em 2019, terá capacidade instalada de 11.233,1 MW, distribuídos em duas casas de força: a principal, no Sítio Belo Monte, com capacidade instalada de 11 mil MW, e a complementar, no Sítio Pimental, com 233,1 MW. A energia gerada beneficiará cerca de sessenta milhões de brasileiros, em dezessete estados.