A Agência Internacional de Energia (IEA) divulgou um relatório especial de perspectivas para a energia no mundo que aponta as promessas feitas por países que participarão do encontro mundial do clima em Paris, a COP 21. O documento indica que se todos os países conseguirem alcançar as metas determinadas no documento Intenção Nacional de Contribuições Determinadas (INDC, na sigla em inglês), o crescimento das emissões relacionadas à energia, que é a responsável por dois terços das emissões totais de gases de efeito estufa irá se reduzir de forma significativa até 2030.
Segundo o diretor executivo da IEA, Faith Birol, o fato de que mais de 150 países, que juntos representam 90% da atividade econômica mundial e algo próximo a 90% das emissões de gases de efeito estufa terem apresentado suas promessas para a emissão desses gases é um feito notável. Em sua avaliação, essas reduções juntas ao engajamento cada vez maior da indústria de energia estão ajudando a construir o momento político necessário para selar o acordo climático bem sucedido em Paris.
O relatório da agência indica que todos os INDC levam em conta as emissões do setor de energia e muitos incluem metas específicas ou ações endereçadas a este segmento. Se estas promessas apresentadas forem alcançadas, os países que respondem por mais da metade da atividade econômica mundial terão suas emissões em declínio e estabilizadas até 2030.
A intensidade energética global – uma medida de uso de energia por unidade do PIB – poderá aumentar em 2030 para um taxa quase três vezes mais rápida que o visto desde 2000. O setor de energia elétrica, o maior segmento de emissão de CO2, verá as emissões estabilizadas próximas ao nível atual, quebrando a ligação entre o aumento do consumo de energia e o aumento proporcional de emissões do dióxido de carbono.
Segundo a agência, para que essas metas sejam integralmente implementadas o setor de energia precisará de investimentos de US$ 13,5 trilhões somente em eficiência energética e tecnologias de baixo carbono nos próximos 15 anos. Uma média de US$ 840 bilhões anuais. Contudo, apesar dessas metas, as promessas ainda ficam aquém da correção de rumo necessária para atingir a meta do clima globalmente, que é de limitar o aumento da temperatura global média em 2 graus Celsius, aos níveis pré-industriais.
Para Birol, a indústria da energia precisa de um sinal claro vindo do encontro climático de Paris. Uma falha que haja nessa indicação irá direcionar os investimentos na direção errada, travando o desenvolvimento energético no caminho insustentável por décadas. E ainda, disse que para alcançar a meta climática há a necessidade de inovação no setor de energia e na implantação de novas tecnologias que têm o potencial de entregar as mudanças necessárias para atingir os níveis de descarbonização da economia nas próximas décadas.