O ano de 2016 para a AES Tietê poderá representar a retomada da expansão da capacidade instalada da geradora do grupo AES Brasil. Entre as oportunidades com as quais a empresa trabalha estão as fontes solar fotovoltaica e térmica a gás natural. Esses projetos estão em desenvolvimento internamente. Além dessas, a fonte eólica poderá entrar no foco da companhia. O presidente do grupo no país, Britaldo Soares, descartou o investimento em usinas a biomassa. Ele afirmou que essa fonte não está no radar da geradora, que está em processo de reorganização societária.

O executivo afirmou que a AES Tietê não participará do próximo leilão de Energia de Reserva, agendado para o dia 13 de novembro, porque prefere ter mais escala na fonte solar fotovoltaica. Atualmente, a companhia tem um projeto de 30 MW que possui licenciamento ambiental no estado de Minas Gerais e trabalha para ter a mesma autorização para um outro projeto de 150 MW no estado de São Paulo, ambos na região da UHE Água Vermelha.

“Não participaremos do leilão de novembro por uma questão de escala. Com 180 MW de capacidade temos mais possibilidade de conferir competitividade em decorrência de uma melhor negociação para a aquisição de painéis solares”, disse ele a jornalistas após a apresentação do plano verão da distribuidora AES Eletropaulo.

A ideia da empresa é de participar no A-5, agendado para fevereiro de 2016. O executivo disse que a AES Tietê poderá participar do certame, mas não deu indicações de possíveis projetos. Entre eles, listou, estão usinas térmicas como a Termo São Paulo de 500 MW, mas disse que essa participação depende, como sempre, das condições de preço do leilão, já que no país há dificuldades de fornecimento de gás e que um projeto desse porte passa pela necessidade de se importar GNL.

Ainda nesse segmento, a companhia também participou da chamada pública feita pelo governo de São Paulo para a construção de até 1,5 GW na área da Emae, na zona sul da capital paulista. Contudo, Soares disse que esse processo ainda está no início e é mais para o longo prazo porque precisa de licenciamento ambiental, que pode ser feito na esfera estadual para projetos de até 250 MW de capacidade ou federal quando o empreendimento passa desse montante.

Com a reorganização societária da Brasiliana, processo previsto para ser encerrado em dezembro, a empresa poderá ganhar mais agilidade de investimentos em geração, conforme o próprio executivo afirmou em outras oportunidades. Ele não quis adiantar quais ações podem ser tomadas.

Contudo, disse que dentre as fontes, a companhia focará na expansão por meio de térmicas a gás natural, solar fotovoltaica e eólicas. Este último caso é o único que a empresa não possui desenvolvimento de projetos até o momento. O executivo não deixou claro se o interesse se dará por meio de aquisições ou novos projetos a serem desenvolvidos pela própria companhia.

Outro tema bastante sensível para o setor elétrico é a questão da solução do GSF, que é considerado um ponto importante para a relicitação das UHEs, que será realizada no dia 6 de novembro. Mas essa solução, destacou o presidente do grupo, deve fazer sentido do ponto de vista econômico, pois da forma que está representa um retrocesso na condução desse tema. O maior problema na quarta fase da audiência pública está no mercado livre, que segundo a contribuição da empresa, não é viável. “Não sei se teremos uma solução antes do dia 6, [data do leilão] mas a Aneel está se empenhando em resolver o assunto”, avaliou Soares. 

Ele lembrou que a solução é importante para as avaliações das empresas que possuem prazo e processos diferentes em cada organização. O presidente da empresa se esquivou quando questionado se um período de cerca de 10 dias poderia ser o suficiente para a aprovação do investimento na relicitação das usinas. Segundo Soares, não é somente a questão do GSF para esse leilão, há o ponto do financiamento que também é sensível para as empresas.