Mesmo com as mudanças promovidas pelo governo para o leilão de relicitação das usinas, a Engie não deve participar da disputa. Gustavo Labanca, diretor de Desenvolvimento de novos negócios da empresa, aponta o tempo concedido para avaliação técnica dos ativos e o alto valor do bônus de outorga como entraves para a participação do grupo no certame. "O timing é muito curto, fica difícil a nossa participação", explica Labanca, que participou nesta terça-feira, 20 de outubro, da abertura do XVI Congresso Brasileiro de Energia, realizado no Rio de Janeiro.

O executivo elogiou a destinação de 30% da energia das usinas para o mercado livre, o que deixou os projetos mais atrativos que o da UHE Três Irmãos, o único ativo que já foi relicitado e que não atraiu interessados, ficando com Furnas em parceria com a Triunfo. Ele queria mais tempo até mesmo para aprovar o investimento na usina.

A empresa trabalha para que no leilão de reserva desse ano inscreva um projeto solar de cerca de 100 MW. Ele quer participar com projetos eólicos do leilão A-5 que será realizado no ano que vem. Atuando em todas as fontes no país, no ano passado, a Tractebel comercializou a UTE Pampa Sul (RS), movida a carvão. O projeto permitia uma expansão, mas decisão da matriz do grupo proibiu novos projetos contemplando essa fonte. Segundo Labanca, uma política internacional do grupo decidiu por não focar em novos projetos a carvão e apenas continuar o que já estava em construção, como a Pampa Sul. A Engie pode ainda encontrar um parceiro para implantar o projeto, uma vez que ele já está licenciado.