A Eletrobras poderá participar do leilão de relicitação que será realizado no dia 6 de novembro. A expertise da empresa na operação e manutenção de grandes usinas tem feito com que ela venha sendo procurada por interessados em arrematar as usinas. De acordo com o presidente da empresa, José da Costa Carvalho Neto, que participou da abertura do XVI Congresso Brasileiro de Energia, nesta terça-feira, 20 de outubro, caso a empresa aceite entrar em alguma parceria, ela não exerceria a liderança. “Pode ser que se encontre uma equação onde seja boa a participação do grupo, mas não vamos ser protagonistas desse certame”, explica ele.

Ele conta que uma das razões da empresa não demonstrar grande interesse no leilão vem do fato dela ter no seu DNA assegurar a expansão do sistema e esse leilão de relicitação não está enquadrado nesse caso. Segundo Carvalho Neto, a preferência da Eletrobras é de estar à frente de projetos como o da hidrelétrica de Tapajós e do seu sistema de transmissão. Outros projetos no radar dele são as interligações com os países vizinhos.

A empresa ainda analisa se vai aderir a Medida Provisória 688, que deu uma solução para o déficit hidrológico. Segundo ele, para que a Eletrobras se decida, é preciso que a proposta final seja apresentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica, que ainda realiza audiências. Ele acredita que o resultado saia no curto prazo. "Temos que ver a proposta final, estamos analisando", avalia. Segundo ele, o que vem sendo apresentado não é o ideal, mas é bem melhor que o cenário atual.

Outra empresa que ainda não decidiu se adere a MP é a Engie, ex-GDF Suez. Para Gustavo Labanca, diretor de desenvolvimento de novos negócios da empresa, que também esteve na abertura do evento, a empresa considera importante que o setor tenha previsibilidade. "Precisamos ter uma estabilidade regulatória no Brasil e menos judicialização", avisa.

Angra – Os recursos vindos com o aumento da tarifa das usinas de Angra 1 e 2 poderão servir como fôlego para o andamento das obras de Angra 3, que estão paradas. Segundo Carvalho Neto, a paralisação de 90 dias pode chegar a 120 e a empresa pretende equacionar os problemas para dar continuidade às obras.