O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta segunda-feira, 19 de outubro, em Washington, nos Estados Unidos, que o setor elétrico está aberto ao investimento estrangeiro. Segundo ele, o leilão das hidrelétricas amortizadas, marcado para o dia 6 de novembro, poderá ser oportunidade para esses investimentos.
"O Brasil neste momento não tem restrições a investimentos estrangeiros no setor elétrico. Todas as restrições foram retiradas. O Brasil tem tradição de cumprimento de contratos e vive momento de realismo tarifário, de grande atratividade e oportunidades para o capital estrangeiro", afirmou Braga.
O leilão das UHEs, que conta com concessões de usinas nos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, com capacidade total de 6 GW, permite que participem da disputa proponentes brasileiros ou estrangeiros, isoladamente ou em consórcios, com experiência em operação de hidrelétricas de porte similar à que seja objeto do leilão. Se o proponente participar de um consórcio no papel de operador, terá que deter pelo menos 20% do capital votante.
"Esse leilão é uma grande oportunidade de investimentos para brasileiros e estrangeiros. Todas essas usinas estão no centro de carga, localizadas no sudeste brasileiro", destacou o ministro. Braga reforçou que o país tem tradição de respeito aos contratos e implantou o realismo tarifário no setor elétrico neste ano, assegurando a cobertura de custos e o retorno do investimento. Tais características tornam o setor elétrico uma "ilha de possibilidade de investimentos" dentro de um grande mercado de investimentos muito maior, que é o mercado brasileiro, afirmou o ministro.
Segundo ele, as grandes oportunidades de investimentos no setor nos próximos anos estarão na geração solar, eólica, gás natural e biomassa. Em todo o setor energético, o ministro afirmou que o mercado de gás natural será um dos que mais devem crescer no país.
Segundo Braga, a energia solar vai crescer cerca de sete vezes até 2024, e a capacidade instalada em energia eólica irá triplicar, dentro do compromisso brasileiro de entregar 20% de sua matriz com energia renovável não hidráulica até 2030.