Desde a última sexta-feira, 16 de outubro, a usina de Itaipu, no Paraná, está escoando pelo vertedouro da usina o excedente de água que não pode ser aproveitado para a geração de energia. Desde julho deste ano, quando o Paraná registrou uma das maiores cheias da história, a usina não vertia.

O vertimento começou às 22 horas da última sexta-feira, com uma vazão de 1.342 metros cúbicos de água por segundo. Por uma das calhas – são três no total – passava no sábado pela manhã 2.642 metros cúbicos de água por segundo, o equivalente à vazão normal de duas Cataratas do Iguaçu, no Rio Iguaçu.

Segundo a hidrelétrica, o vertimento deve continuar por pelo menos três dias, contando a partir do último sábado, 17. Isso ocorre em função do excesso de chuvas localizadas no Paraná, principalmente nos rios Ivaí, Piquiri e Tibagi, na bacia incremental, que também alimentam o reservatório do lago de Itaipu. A causa é o fenômeno meteorológico El Niño, que provoca excesso de chuvas no Sul do país e escassez no Nordeste, onde a situação dos reservatórios das hidrelétricas é crítica.

A usina está operando a 220,18 metros acima do nível do mar. A cota normal de operação varia entre 218,30 a 220,30 metros. Em condições normais, acima desse nível, a usina começa a verter. Itaipu produz normalmente e atende toda a demanda de energia que os sistemas elétrico brasileiro e paraguaio pedem. A última vez que Itaipu verteu foi entre 11 e 27 de julho de 2015, por causa da cheia do Rio Paraná.