A CPFL Energia ainda não bateu o martelo sobre sua participação no leilão de UHEs que serão relicitadas em 6 de novembro, mas vê que a disputa pelos maiores ativos, as usinas de Jupiá e Ilha Solteira, terá que ocorrer com a presença do capital estrangeiro. Essa impressão deve-se ao fato de que não há no momento nenhum grupo brasileiro capaz de fazer e aporte necessário para arrematar essas duas usinas.
Na opinião do presidente do Grupo, Wilson Ferreira Jr., o momento que o Brasil passa é financeiramente mais estressado do que o do ano passado por conta de eventos que pressionam o caixa das empresas, como a CVA no caso das distribuidoras e o GSF para os geradores. “Nossa companhia tem limitações, não temos dinheiro para entrarmos sozinhos, mas pode participar por meio de parcerias, até pela nossa experiência no setor elétrico”, disse o executivo em seminário realizado em São Paulo, pela Amcham.
E os ativos brasileiros foram classificados por Ferreira Jr. como "bons o suficiente para atrair esse capital estrangeiro". Ele relata que há um conjunto de empresas internacionais interessadas e alguns desses que entendem ser importante a participação de um parceiro nacional, que tenha conhecimento da operação nacional e do ambiente de regulação.
Mesmo com a redução do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, anunciada nesta quinta-feira, 15 de outubro, ele afirmou que o interesse não tem impacto significativo. Até porque o país continua com o grau de investimento e os fundamentos do país permanecem inalterados. “O que pode ocorrer é vermos uma exigência de maior taxa de retorno no curto prazo. Não acredito que no âmbito global, dado que não perdeu o grau de investimento, isso tenha se alterado de forma significativa”, declarou.
Um dos problemas a serem resolvidos de forma mais imediata é a questão do déficit de geração hidráulica. Para o executivo da CPFL Energia, há tempo hábil para se chegar à solução no setor elétrico antes da realização do certame. Para ele, a Agência Nacional de Energia Elétrica e o Ministério de Minas e Energia sabem o que fazer para resolver a questão e que deveria se evitar uma eventual 5ª fase da audiência pública que está em andamento na Aneel sobre o tema.
Para os ativos de menor porte, a CPFL prevê que a sua subsidiária CPFL Renováveis ficará a cargo de disputar os demais projetos. A companhia, lembrou ele, é o veículo de investimentos da empresa em projetos do porte de PCHs que, nesse caso da relicitação, ficam no Sul do país e em Minas Gerais.