A Empresa de Pesquisa Energética contratou um estudo com o objetivo de atualizar o custo de déficit do setor elétrico, uma vez que a atual metodologia foi calculada com base na matriz do subproduto da década de 1970. A licitação foi vencida pela Volga Consultoria, que conta com a colaboração de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas. A EPE informou que o estudo será entregue até o final do ano à Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas (CEPAMP). "Contratamos a FGV para dar apoio ao estudo que vamos entregar ao MME", confirmou por e-mail órgão de planejamento energético do Governo Federal.
A matriz do subproduto é calculada pelo IBGE e proporciona uma visão detalhada da estrutura produtiva brasileira. Permite avaliar o grau de interligação setorial da economia bem como os impactos de variações na demanda final dos produtos, nos respectivos períodos de referência, mediante a identificação dos diversos fluxos de produção de bens.
Além desse estudo, um projeto de pesquisa e desenvolvimento, com previsão de conclusão em dezembro de 2017, vai propor uma nova metodologia para calcular o custo de déficit do setor. "Não é uma simplesmente atualização, o objetivo é propor uma nova metodologia", afirmou Bernardo Bezerra, diretor técnico da consultoria PSR – que junto com a FGV e a Thymos Energia, estão encarregadas de desenvolver esse P&D Estratégico proposto pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
"Ao aumentar o custo de déficit, automaticamente as termelétricas hoje vão ter que despachar mais por ordem de mérito para evitar esse custo no futuro. Por outro lado, se tiver uma redução no custo de déficit, diminuiria o despacho por ordem de mérito.", explicou Bezerra. "Despachar termelétrica nada mais é que um trade-off entre o custo termelétrico hoje e o custo de déficit futuro", continuou. "O impacto comercial é de um aumento do PLD, se tiver aumento no custo de déficit."
Em 2017, portanto, há uma expectativa que o despacho por ordem de mérito mude. Em última análise, o impacto dessa mudança deve refletir no preço de energia de todos os consumidores brasileiros. "Aumentando o PLD você tem um efeito em cascata até chegar a tarifa do consumidor", concluiu Bezerra.
(Nota da Redação: matéria alterada às 18:52 horas do dia 8 de outubro de 2015 para correção de informação sobre o vencedor da concorrência para elaboração do estudo)