A fusão entre a Acciona Windpower e a Nordex, negócio anunciado no início desta semana na Europa, tem potencial de alavancar o desenvolvimento dos equipamentos em termos globais. Isso porque a junção das companhias criará uma empresa com maior capacidade de investimentos em P&D e em processos que deverá levar no médio prazo a uma perspectiva de melhorar em termos de competitividade e inovação. Esse deverá ser o impacto mais notado para os clientes da empresa até mesmo aqui no Brasil, segundo a avaliação do diretor da empresa espanhola para o país, Christiano Forman. O executivo destacou que as duas empresas possuem forte complementaridade de operações por haver baixa sobreposição de atuação geográfica.
“As duas empresas juntas são mais fortes, há casos de pouquíssima sobreposição de atuação e de produtos e de atuação, por exemplo, a Nordex não está aqui no Brasil, mas é muito forte na Europa e seus produtos são desenhados para os requerimentos de ventos daquela região. Aqui os nossos produtos são mais adequados em função da característica de ventos no Brasil”, exemplificou ele em entrevista à Agência CanalEnergia.
Em sua avaliação, quando se juntarem em uma só empresa há a perspectiva de se ter um pool de recursos de P&D mais elevado assim como uma equipe de pesquisa e dados maior do que se tem atualmente. As duas empresas terão a capacidade de atuar de forma a ter crescimento dos investimentos em pesquisa e uma perspectiva de colocar no médio prazo um produto, segundo suas palavras, cada vez melhor, e com maior nível de inovação e competitividade.
Segundo o executivo, as operações continuarão segregadas até que a operação seja aprovada pelos órgãos competentes que analisam a operação. A estimativa dele é de que o processo seja concluído até o inicio do ano que vem. Além disso, os planos da Acciona Windpower continuam sendo tocados por aqui, o maior deles é a expansão da fábrica para atender a uma demanda de 450 MW de capacidade ao ano e que estará operacional até o final do ano, conforme Forman revelou no Brazil WindPower deste ano, realizado no início de setembro, no Rio de Janeiro.
Nesse sentido está buscando por novos contratos de fornecimento com os novos leilões de energia nova, promovidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Ele lembrou ainda que a empresa foi a primeira a completar a ultima fase do Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em termos de nacionalização de produtos. E que isso traz uma vantagem competitiva para a companhia.
“Mesmo depois da união das duas empresas o Brasil continuará sendo relevante dentro da empresa que se beneficiará dessa maior capacidade de investimentos e de inovação”, apontou o diretor. Quando terminar o processo de fusão a Acciona será a maior acionista na nova empresa com 29,9% de participação. A perspectiva anunciada é de que a companhia formada a partir dessa operação esteja entre as cinco maiores do mundo no segmento de aerogeradores do mundo. Quando a fusão estiver completada a companhia resultante nascerá com uma carteira de pedidos de cerca de 2,8 GW em todo o mundo.