A possibilidade de privatização da Celg-D foi rechaçada pela maioria dos participantes de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, que aconteceu na última terça-feira, 6 de outubro. Na tentativa de impedir o processo, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), apoiado por Paulo Paim (PT-RS) e Lindbergh Farias (PT-RJ), decidiu apresentar emenda à Medida Provisória 693/2015, para retirar a empresa estadual do Programa Nacional de Desestatização.
A empresa consta do PND desde maio e a previsão é que o governo federal publique o edital da licitação da companhia em novembro. A MP será analisada por comissão mista nos próximos dias. "O processo [de licitação] já caminhou 90%. É uma truculência o que estão fazendo com nosso estado. A Celg é rentável, tem quadros preparados, se não tivesse uma estrutura montada dentro dela, para servir de suporte em eleições, não estaria vivendo o momento que vive", lamentou Caiado.
Wagner Alves Vilela Júnior, representante dos empregados da Celg, defendeu a manutenção da empresa como patrimônio público, por considerar a energia elétrica um insumo estratégico. Segundo ele, na maioria dos casos em que há privatização a qualidade permanece no mesmo patamar do período em que eram estatais.
O representante do Ministério de Minas e Energia, Oscar Salomão, lembrou que em 2011 a Celg-D estava em situação delicada, com inadimplência generalizada em relação aos fornecedores e contratos de manutenção vencidos. A dívida na ocasião era de R$ 6,9 bilhões. Foram disponibilizados R$ 5,4 bilhões pelo governo federal para a estatal goiana, a tarifa cobrada dos consumidores foi elevada e a dívida, alongada, passou a ser de R$ 2,1 bilhões. Depois disso, explicou, foi possível retomar investimentos e manutenções que estavam sendo feitas de maneira incipiente, provocando a degradação da qualidade da companhia. Mas, segundo ele, o quadro piorou novamente.
"Agora, o endividamento voltou a se elevar e os acionistas que já aportaram recursos precisam injetar mais. Por isso, foi colocada a questão da privatização", comentou. Salomão disse ainda que a Celg-D tem o desafio de melhorar rapidamente seus índices de qualidade de oferta de energia e de performance financeira, pois pode perder a concessão nos próximos anos.
As informações são da Agência Senado.