O setor eólico brasileiro ainda deve evoluir bastante na operação e na manutenção dos seus parques. Excluindo os projetos eólicos oriundos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas, os demais geradores ainda não direcionaram investimentos e as atenções para o tema. De acordo com Lucas Araripe, diretor de novos negócios da Casa dos Ventos, nos próximos anos, as geradoras eólicas brasileiras já saberão mais sobre o assunto e terão mais conhecimento. A Casa dos Ventos inaugurou na última terça-feira, 29 de setembro, o complexo eólico Santa Brígida (181,9 MW), em Pernambuco.
Araripe explica que no Brasil o setor ainda está muito atrelado ao contrato de operação feito com o fabricante dos aerogeradores, mas que em países da Europa e nos Estados Unidos é comum a figura da empresa que apenas faz o serviço de operação e manutenção, com a expertise voltada para isso. "É possível extrair um algum tipo de valor quando se programa melhor a manutenção de um parque", afirma. No Brasil, a presença do fabricante na operação traz uma espécie de sensação de segurança até mesmo para os agentes financiadores.
A Casa dos Ventos tem se debruçado sobre o tema, com estudos das melhores práticas e métodos. O conhecimento sobre o assunto tem ficado concentrado em poder dos fabricantes. Isso ocorre porque geralmente há um contrato de operação e manutenção feito entre os geradores e os fabricantes das usinas eólicas que os deixam como responsáveis por executar esta tarefa por alguns anos após a inauguração. "Ninguém ainda está confortável em ter o empreendedor fazendo a operação e a manutenção”, revela.
*O repórter viajou a convite da Casa dos Ventos