A Nexsteppe, empresa norte-americana que desenvolve sementes de sorgo para a produção de álcool de segunda geração e biomassa para a geração de energia, tem planos de lançar ao longo de 2016 um novo produto voltado para a produção de biogás, um mercado mais desenvolvido na Europa e que no Brasil vive de experiências isoladas. Essa é mais uma aposta da companhia fundada na cidade de São Francisco e que tem no Brasil o melhor desempenho em vendas com o resultado da temporada 2015 de safras.
Atualmente, disse o novo vice presidente de desenvolvimento de Mercado, Ricardo Blandy, as vendas da empresa estão concentradas no segmento de geração de energia por meio do sorgo Palo Alto, com cerca de 95% do total comercializado. O restante fica com as sementes de sorgo voltadas para a produção de etanol de segunda geração.
"Hoje nosso portfólio de produtos incluem quatro tipos de sorgo de biomassa, sendo dois para o verão e dois para o inverno”, disse o executivo à Agência CanalEnergia. “Estamos estudando o sorgo para o biogás tanto para geração de energia quanto para o segmento de bioquímicos, que serão lançados até o final do ano que vem”, acrescentou o executivo. Contudo, a questão do biogás ainda precisa avançar no país para que possa ter relevância no mercado nacional nos próximos anos para que o Brasil possa avançar na questão da diversificação de sua matriz energética.
Essa diversificação, continuou, é vista pela empresa como de bastante importância, uma vez que, se o Brasil estivesse crescendo 2% ao ano, estaríamos enfrentando problemas com o fornecimento de energia. Blandy defendeu a ampliação do uso da biomassa por ser esta uma fonte, além de renovável, escalável, e cita a existência de estudos que apontam a necessidade do Brasil dobrar a produção de biomassa para atender a geração de energia. “Normalmente o sorgo palo alto que é nosso produto para queima em caldeiras tem duas safras, mas com irrigação poderia chegar a três em um ano”.
Atualmente a Nexsteppe possui 12 áreas de pesquisa para atender a especificidades de cada região. A operação brasileira é a responsável por toda a América do Sul. Contudo, o Brasil está de dois a três anos à frente de outros países da região, conforme classificou Blandy. Esse posicionamento deve-se à existência de duas plantas de álcool geração, plantas de biogás e ao parque de geração de energia a biomassa, que está bem desenvolvido quando comparado aos nossos vizinhos de continente, como Uruguai, Paraguai, Colômbia, Argentina e Chile.