O aumento das temperaturas no mês de outubro deverá levar o nível do fator de ajuste do MRE médio do ano de 2015 para 84,6%. Esse indicador em 2014 ficou em 90,7%. Essa estimativa foi apresentada nessa segunda-feira, 28 de setembro, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em sua apresentação mensal InfoPLD. O novo indicador tem como base as projeções para o ano, somente para o mês de outubro a perspectiva é de o fator deverá ficar em 93,3%, com um déficit hídrico de pouco mais de 3 mil MW médios.
“Por conta do aumento da temperatura em outubro o sistema precisará de maior geração que será feita por UHEs e o fator de ajuste deverá ser elevado para 93% de energia alocada no MRE”, explicou o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi. Para os dois últimos meses do ano a perspectiva é de que o fator fique em 92,7% e 93,8%, para novembro e dezembro, respectivamente.
A projeção de Encargos de Serviço do Sistema está em R$ 541,89 milhões no mês de setembro. Com isso, na somatória do ano de 2015, as projeções da CCEE apontam um montante acumulado de R$ 6,1 bilhões. Esse valor, destacou Sacchi, representa a metade do que se projetava antes dos desligamentos das térmicas de CVU acima de R$ 600/MWh. “Se não houvesse esse desligamento, esse valor seria o dobro, na casa de R$ 12 bilhões”, relatou. Contudo, para o ano de 2016, a projeção de ESS apresentada pela CCEE é de um valor R$ 13,1 bilhões no período até novembro.
Por sua vez, o consumo de energia em setembro indica uma redução de 3,3% na demanda de energia. Dentre os dois ambientes de contratação, o ACR apresenta uma queda de 2,2%. Por sua vez, no ACL a queda projetada é mais expressiva, alcançando 6,6%, reflexo da economia do país. Já no segmento regulado a queda de demanda é atribuída à resposta dos consumidores ao aumento da tarifa implementada este ano.
A projeção para o PLD no período de 14 meses apresenta basicamente a mesma tendência de queda. Nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte, os valores são os mesmos sendo que em outubro é que se projeta o maior valor para o período com R$ 151/MWh recuando até R$ 30/MWh no mês de abril de 2016. No submercado Nordeste, a perspectiva é de alcançar esse mesmo patamar mínimo, contudo, dois meses depois.
“No Nordeste há um descolamento em relação às outras regiões por conta da condição operativa atual com os níveis de reservatórios que estão mais baixos na região”, explicou Wesley Pavan, analista de preços da CCEE e responsável pela apresentação dos dados de projeções do MRE e do PLD.