Os recursos obtidos com a venda da participação da Light na Renova Energia devem ir para a redução da dívida da subsidiária de distribuição. De acordo com o presidente da Light, Paulo Roberto Pinto, a empresa deve apresentar para a Agência Nacional de Energia Elétrica um plano de ação dividido em âmbitos econômico-financeiro e operacional. A ideia do executivo é mostrar uma proposta de adequação da estrutura de capital. "Nossa prioridade no momento é reduzir a dívida da distribuidora", explicou Pinto, que apresentou nesta quarta-feira, 23 de setembro, o plano especial de operação para a Olimpíada de 2016.
Por conta disso, a empresa não deve participar dos próximos leilões de energia. O executivo confirmou que as obras da UHE Itaocara I (RJ – 150 MW) devem começar em janeiro de 2016. A intenção de começar a construção logo é para que a usina entre em operação antes do prazo contratual, o que a permitiria vender a energia gerada no mercado livre.
Ainda de acordo com o presidente da empresa, o dólar alto trará um impacto na energia de Itaipu, que é indexado pela moeda americana. Isso deve trazer no futuro um aumento na tarifa. Ele conta que a empresa vem conseguindo se sair bem perante um cenário econômico adverso, mas que mesmo assim teve que fazer redução de 30% no seu orçamento deste ano, priorizando os jogos olímpicos e a perda de energia. Em junho, foi detectada uma queda na arrecadação de 1,3%, o que não tira o ânimo do executivo. "Protegemos o caixa da empresa, mudamos alguns cronogramas para enfrentar este momento", aponta.
Pinto conta que a empresa está perto de atingir a meta de redução de perdas acertada com a Aneel. A Light nos últimos anos conseguiu aumentar em R$ 300 milhões o seu Ebitda apenas pela normalização de consumidores que estavam em situação irregular, o que dá uma ótima perspectiva para a concessionária.