Mesmo com uma situação complicada, enfrentando um regime hidrológico bastante desfavorável há mais de um ano, a região Nordeste não deve passar por um racionamento de energia este ano. Apesar das previsões do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontarem para uma situação "pouco confortável " ao fim do ano, o assessor da diretoria geral do ONS, Marcelo Prais, ressalta que a segurança está garantida. “Fazemos um monitoramento estrito das condições de atendimento e temos plenas condições de atender a carga do Nordeste sem interrupção. Não vislumbramos questões de suprimento em 2015", afirmou o executivo em evento realizado pela Câmara Americana de Comércio, no Rio de Janeiro (RJ), nesta segunda-feira, 21 de setembro.

Ainda de acordo com Prais, o desligamento das térmicas com custo variável unitário superior a R$ 600 MW/h não foi precipitada nem causou desequilíbrio na região. Segundo ele, essa decisão não teria sido tomada caso não houvesse a convicção de que seria possível o atendimento sem o prosseguimento dessa carga. Mas ele ressalta que caso o ONS ateste uma eventual necessidade, ela pode voltar ainda este ano ou no ano que vem.

No período seco, a situação hidrológica na região Sudeste foi boa, ao contrário da registrada no Nordeste. O ONS já solicitou à Agência Nacional de Águas uma alteração na defluência de Três Marias, para que haja uma melhora nos níveis de Sobradinho. O presidente da agência, Vicente Andreu, já afirmou que a decisão deverá ser de consenso entre todos os que fazem uso da água, incluindo as usinas hidrelétricas.

O assessor do ONS também revelou que a carga tem verificado uma queda média de 3.500 MW médios por ano, o mesmo que as usinas de Madeira geram juntas, o que significa uma redução na demanda. A carga já foi revista duas vezes este ano e caso se identifique que a carga cresça em velocidade diferente da esperada, poderá ser feita em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética uma nova revisão da carga.