A Cesp está em negociações com empresas para participar da relicitação das UHEs que está agendada para o dia 30 de outubro. O objetivo da companhia é disputar apenas as duas usinas que detinha a concessão, as UHEs Ilha Solteira (SP/MS 3.444 MW) e Jupiá (SP/MS 1.551 MW). O problema maior que é visto para esse caso é o valor definido como bônus de outorga, que deverá alcançar R$ 14 bilhões em decorrência do volume de energia que essas duas centrais representam no leilão, 82% do total.
O presidente da Cesp, Mauro Arce, afirmou que as conversas tem ocorrido com frequência e afirmou que esses encontros não se limitam apenas a empresas nacionais. Ele cita que há companhias italianas, chinesas e canadenses, porém, sem relevar nomes. Contudo, diz que não há uma posição definida sobre essa participação. “Estamos conversando com eventuais parceiros que tenham dinheiro para pagar o bônus que deverá ser quitado em duas parcelas, uma em 14 de dezembro e outra seis meses depois, sendo 61% na primeira e o restante depois”, relatou Arce a jornalistas à porta da reunião do Fórum Nacional de Secretários de Energia, que foi realizada na sede governo do estado de São Paulo.
O interesse da empresa é apenas pelo lote E onde estão as duas usinas devolvidas à União mas que são operadas pela empresa desde o final do contrato de concessão, em julho. E Arce diz que a aposta das parceiras com quem tem conversado é justamente pelo fato de que a companhia conhece bem esses ativos, por ter sido a responsável por sua construção. Mas, reforçou ele, o maior problema ainda é o dinheiro para o pagamento do bônus de outorga. Nesse sentido, disse ele, a empresa ainda tem procurado parceiros sejam bancos e fundos de investimentos.
Sobre a questão o bônus de outorga da relicitação das usinas, o secretario-executivo do MME, Luiz Eduardo Barata, comentou que o governo não deverá ter dificuldades em encontrar empresas com disponibilidade para o pagamento do bônus. Ele disse que tem conversado com agentes interessados e que tem visto um grande interesse no leilão, que é a prioridade do ministério após a conclusão das negociações do GSF. Segundo Barata, há manifestações de agentes até mesmo do mercado financeiro em participar da disputa.
Quanto ao GSF, Arce se mostra em compasso de espera pela solução do risco hidrológico. Contudo, destacou que no caso de Porto Primavera, a empresa teria uma prorrogação da concessão por alguns meses apenas, mas como as regras ainda estão em discussão preferiu não emitir uma opinião mais específica sobre o tema. O executivo não deu indicações de quando poderá retirar a ação na Justiça que impede a cobrança do rateio do GSF para a Cesp, uma das condições para que o processo de adesão da companhia à MP 688. Ele disse que não quer se adiantar ao processo ante as demais empresas, já que as regras ainda estão em negociação.