A chamada pública que está em andamento para a formação de parceria entre a Emae e investidores privados para a construção de usinas térmicas na zona sul de São Paulo deverá atrair até seis interessados. Essa é a expectativa da estatal paulista diante da prorrogação do prazo de inscrição de projetos até o início de outubro. O resultado deverá ser conhecido apenas no início de 2016 e poderá abrigar qualquer tecnologia de geração, desde usinas com grupos geradores a UTEs a gás natural a ciclo combinado.
De acordo com o direto presidente da Emae, Luiz Carlos Ciocchi, a extensão do prazo da chamada pública foi decidida após o pedido de dois investidores interessados no processo. Atualmente, já há cinco inscrições e a perspectiva é de que encerre o processo com pelo menos mais uma empresa disposta a entrar no projeto que prevê a construção de seis usinas térmicas na região da UTE Piratininga e que podem agregar cerca de 1,5 GW de capacidade instalada naquela região da capital paulista.
A ideia passa pela adoção de usinas de 250 MW em média cada e que necessita de cerca de 20 mil metros quadrados para sua instalação. A propriedade, calcula Ciocchi, tem cerca de 500 mil metros quadrados, sendo que 250 mil metros apresentam viabilidade ambiental uma vez que era uma área industrial e que não necessita supressão de vegetação. As únicas partes na questão ambiental que precisam ser trabalhadas são a de emissão de gases e de ruídos, uma vez que a região é densamente povoada. Mas, na visão do executivo da Emae, essas questões podem ser facilmente atacadas uma vez que já existe o complexo de geração naquela região.
“A Emae entrará na SPE como parceiro minoritário em cada um dos seis empreendimentos. O desenvolvimento desses projetos depende do sócio majoritário de acordo com seu interesse que varia de acordo com sua capacidade de investimentos”, comentou o executivo, que participou nesta quinta-feira, 17 de setembro, do Energy Summit, realizado em São Paulo.
O presidente da Emae disse que não há vários tipos de tecnologia nessas propostas que contam com a participação de grandes empresas, porém sem revelar seus nomes. Ele afirmou que a empresa não indicou preferência de tecnologia a ser empregada pela empresa parceira no projeto, mas acredita que tradicionais UTEs a ciclo combinado devem se destacar em decorrência de ser mais eficiente e por conta de questões ambientais.
A conexão ficará a cargo do investidor. Mesmo com o ponto de conexão naquela região será necessário um reforço para adequar a transmissão à adição desse volume de capacidade de geração. Na área há possibilidade de conexão de 88 kV, 230 kV e de 345 kV. A meta é de que até o final de dezembro o resultado dessa chamada seja divulgada, pois há no processo três meses de prazo para análise das propostas e atendimento a dúvidas de investidores. Esses projetos deverão ter a energia negociada nos leilões de energia nova da Aneel para o mercado regulado.